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VÍDEO: Velório e sepultamento do bebê Enzo em Cajazeiras são tomados por clima de consternação e muita dor

A imagem da mãe, Aline do Nascimento Ribeiro, debruçada sobre o caixão do filho, representa a profunda dor de quem passa pela perda irreparável de um ente querido e indefeso

Por Jocivan Pinheiro

16/05/2023 às 17h11 • atualizado em 16/05/2023 às 17h13

A dor da perda precoce se mistura ao sentimento de impotência e revolta. Assim foi o clima durante o velório e o sepultamento do bebê Enzo Diego Ribeiro, de apenas 42 dias de vida, que faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cajazeiras, nesta terça-feira (16), horas depois de ter dado entrada apresentando sintomas de complicações respiratórias agudas.

A imagem da mãe, Aline do Nascimento Ribeiro, debruçada sobre o caixão do filho, representa a profunda dor de quem passa pela perda irreparável de um ente querido e indefeso; e ao mesmo tempo é um retrato das carências da rede de saúde no Sertão.

Sem uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal nem pediátrica em Cajazeiras e região, as crianças que dão entrada nas unidades de saúde em estado grave ficam à mercê das transferências para outros centros distantes. Num intervalo de apenas dez dias, duas delas não resistiram e faleceram.

De acordo com nota divulgada pela assessoria da UPA, o pequeno Enzo deu entrada por volta das 14:13 da segunda-feira (15). O resultado dos exames constatou Bronquiolite Viral Aguda e o bebê teve que ficar internado na própria UPA até que fosse possível transferir para uma UTI neonatal no Hospital de Trauma de João Pessoa. A vaga foi conseguida. Porém, no momento em que o bebê, já entubado, ia ser colocado na incubadora para seguir viagem, ele teve uma parada cardíaca fatal.

Aline Ribeiro, mãe de Enzo, chora no velório do bebê (Foto: Elmo Lacerda/TV Diário do Sertão)

O pequeno Enzo é o segundo caso, num intervalo de apenas dez dias, de criança cajazeirense que morre durante tentativa de transferência para uma UTI infantil, já que na cidade não existe unidade de saúde com esse aparelho.

No dia 07 deste mês, Ana Júlia Mangueira Cardoso, de 2 anos de idade, também precisou ser transferida de Cajazeiras para Campina Grande por causa do seu estado grave de saúde. Um helicóptero do Governo do Estado foi disponibilizado na cidade de Patos, mas a paciente não resistiu e faleceu no trajeto.

DIÁRIO DO SERTÃO

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