VÍDEO: Filme de ficção científica gravado em São José de Piranhas estreia com exibição em praça pública
Dirigido por Maycon Carvalho e Eriko Renan o curta-metragem 'Extinção' é uma ficção científica distópica cyberpunk que se passa no Alto Sertão da Paraíba e utiliza da mitologia sertaneja construída em torno de São Saruê
A reportagem da TV Diário do Sertão foi até a cidade de São José de Piranhas, no último sábado (15), para acompanhar a estreia do curta ‘Extinção’, uma ficção científica distópica cyberpunk que se passa no Alto Sertão da Paraíba e utiliza da mitologia sertaneja construída em torno de São Saruê, um paraíso criado pela oralidade popular.
“O curta Extinção é uma distopia que se passa aqui no Sertão da Paraíba. A gente tem três atrizes que estão num universo distópico em um momento próximo de uma extinção e a gente tem uma hacker que está bolando um plano para que coisas aconteçam”, falou o diretor Eriko Renan.
Dirigido por Maycon Carvalho e Eriko Renan o curta conta a história de um futuro próximo em que a personagem Sem Rosto, interpretada pela atriz piranhese Alhandra Campos, se arrisca em meio ao deserto poluído do Sertão para encontrar as coordenadas para Saruê, uma utopia social cujos relatos orais contam sobre um lugar de abundância com serras de rapadura e rios de leite. Na trama também tem as atrizes Norma Góes, que da vida a Gina, e Carminha Abrantes, interpretando Tebas.
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“As três personagens vivem num Sertão desértico após o cataclisma climático que se aproxima, então a gente faz um paralelo com o futuro pensando que daqui a alguns anos a terra vai estar em um momento muito critico em relação a destruição dos ecossistemas, do meio ambiente e ai a gente traz esse recorte para dentro do Sertão. Extinção fala sobre esse momento específico que pode ser um futuro próximo se nada for feito”, destaca Maycon Carvalho.
Segundo os diretores o curta tem inspiração na mitologia nordestina de São Saruê, onde as personagens buscam essa terra prometida que é abundante em tudo. Eriko Renan ressalta a relação entre um provável futuro de destruição e a força do povo nordestino para lidar com isso.
“Está muito pautado no que a gente faz, trazer essa força que agente tem, nós que somos do inteiro temos uma força muito grande, tanto do Sertão como Mayco quando do Agreste que sou eu, a gente pensa nisso quando cria Extinção, a gente traz essa relação entre as pessoas daqui com o que pode vir no futuro e como essas pessoas são fortes o suficiente para conseguir lidar com esse futuro distópico e com essa possibilidade de extinção que estar por vir”, disse o diretor.
O curta foi gravado na cidade de São José de piranhas e Maycon revelou que buscavam uma locação onde tivesse cachoeira e o município supriu essa necessidade para que a produção pudesse construiu Saruê no local.
Marcelo Paes de carvalho atua na área de produção audiovisual, gestão cultural, projetos de tecnologia da informação e fez a produção executiva do curta ‘Extinção’. Ele agradeceu a toda população piranhese pela recepção durante toda produção do filme e ressaltou a importância da construção de peças audiovisuais que retratam a identidade cultural sertaneja.
“Bem bacana esse processo de entender o audiovisual, entender o cinema independente brasileiro como uma coisa estratégica, um investimento interessante para que os governos invistam mais nisso, porque é muito importante essa questão da identidade cultural do sertanejo, então de alguma maneira esses filmes retratam e mostram quem nós somos”, destacou o produtor.
Marcelo falou sobre a importância da arte como ferramenta de transformação da sociedade. “Eu acredito muito na transformação através da arte. Eu trabalho muito com essa parte de formação, então eu vejo muito a transformação que isso pode causar na vida das pessoas, em todos os sets que eu participo tem vários ex-alunos, várias pessoas que passaram pela formação. Desde dezembro para cá eu estive em quatro filmes em que fui contratado pelos meus ex-alunos, ou seja, de alguma maneira esse ciclo que se cria retornando para mim e isso é muito gratificante de ter tomado essa missão de formar pessoas. Eu acho que a arte sempre vai transformar muito a vida das pessoas”, destacou Marcelo.
Alhandra Campos falou da alegria em estar participando de um projeto que foi gravado em sua cidade, além de poder compartilhar a estreia com toda sua família. A artista contou como foi o processo de gravação do filme e de sua atuação como atriz e preparadora de elenco.
“Foi um processo rico, porque é uma personagem diferente das outras que eu fiz, teve uma preparação muita intensa, corporal, então a minha personagem, que é a Sem Rosto, mas é muito com o corpo, muita ação, muito intensa e foi uma riqueza. Foi uma troca muito incrível porque estava preparando Carminha Abrantes de Sousa, grande atriz, é nossa dama do teatro sertanejo e a maravilhosa Norma Góes de João Pessoa. Foi uma troca com elas e foram dias intensos, porque o filme é intenso e a gente aprendendo cada dia mais com a preparação, como preparadora, foi incrível, foi rico”, disse a atriz.
DIÁRIO DO SERTÃO
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