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VÍDEO: Repórter se fantasia de ‘careta’ em Cajazeiras e faz festa com tradição da ‘Semana Santa’

A tradição ainda resistente no Sertão da Paraíba conta com jovens andando pelas ruas com máscaras assustadoras, palhas de bananeira e panos rasgados

Por José Dias Neto

06/04/2022 às 18h22 • atualizado em 06/04/2022 às 20h17

Nesta quarta-feira (06), o repórter Elmo Lacerda, da TV Diário do Sertão, entrou no clima de uma das mais antigas tradições folclóricas da Paraíba e saiu às ruas fantasiado de ‘careta’.

Trata-se de um costume antigo quando se aproxima o período da ‘Semana Santa’, em que jovens de bairros mais carentes saem às ruas caracterizados para pedir contribuições em forma de alimentos.

Geralmente os caretas usam máscaras assustadoras, palhas de bananeira e trapos de pano pelo corpo. É preciso também reproduzir uma voz que coloque medo nas crianças. Apesar da tradição ter perdido força nos últimos anos, ainda é possível presenciar a molecada correndo com medo para dentro de suas casas e os pais rindo da situação.

Malhação do Judas

Os caretas nas ruas antecedem também outro ritual folclórico desta época: a malhação do Judas. Esta brincadeira geralmente feita no ‘Sábado de Aleluia’, que antecede o domingo de Páscoa, faz alusão ao apóstolo Judas Iscariotes, relatado na Bíblia como o traidor de Cristo. Na malhação do Judas um um boneco é pendurado em praça pública para ser queimado.

Pouca ajuda

Em Cajazeiras, os caretas relatam que infelizmente as arrecadações de alimentos estão difíceis e que a população está muito ‘amarrada’ para a doação do ‘jejum’.

“Na dificuldade dessas palhas, a gente sai nas ruas pedindo e muitos não dão nada, nem mesmo um ‘oi’, viram a cara quando nos vê”, disse David Sousa, um dos personagens.

Repórter Elmo Lacerda fantasiado de ‘careta’

Raízes históricas

Há diversas hipóteses para o surgimento do ritual de malhar o Judas. Uma delas é que tenha origem nas religiões pagãs, a partir de cultos agrários e festas da colheita. Durante essas ocasiões, o boneco representava uma divindade da vegetação e, por meio do fogo, haveria uma renovação da vida vegetal e garantia de boas colheitas. No Brasil, a malhação do Judas foi trazida pelos Portugueses e, através do sincretismo religioso, se tornou uma referência à traição de Judas.

DIÁRIO DO SERTÃO

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