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VÍDEO: Falta de apoio coloca em risco atividade de louceiras em Cajazeiras: “Eram 26, hoje só tem duas”

A confecção das peças é bastante cansativa e demorada. O retorno financeiro, por sua vez, não compensa toda a mão-de-obra

Por Jocivan Pinheiro

14/08/2019 às 15h26 • atualizado em 14/08/2019 às 15h33

A atividade de transformar barro em artesanato e utensílios tem quase meio século de existência na cidade de Cajazeiras e é uma das mais antigas do Sertão paraibano.

A tradição das louceiras foi passada de mãe para filha. Diariamente, no bairro São José, elas fazem do barro vermelho uma série de peças. Quando seu Antônio Lima chega em casa trazendo a matéria-prima, inicia-se todo o processo.

A confecção das peças é bastante cansativa e demorada. O retorno financeiro, por sua vez, não compensa toda a mão-de-obra. Seu Antônio reclama que não há apoio da iniciativa pública para ajudar as louceiras, por isso elas precisam pagar aluguel de um pequeno quarto no Centro para guardar as peças durante a semana.

“A cidade não dá suporte pra gente manter. Não é a toa que só temos duas pessoas que fazem essas peças. As que não morreram, desistiram”, disse seu Antônio.

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Retorno financeiro não compensa a mão-de-obra, dizem as louceiras

Com a modernização das atividades de trabalho e artísticas, das dezenas de louceiras que existiam em Cajazeiras, restaram apenas as irmãs Lourdes e Lúcia Ferreira para manterem a cultura.

“É difícil demais porque antigamente aqui em Cajazeiras eram 26 louceiras, hoje só existe duas. E é porque a gente precisa, porque se a gente não precisasse a gente não trabalhava mais com esse trabalho”, falou dona Lúcia.

Dona Lourdes Ferreira é uma das louceiras remanescentes em Cajazeiras

Com apoio da família e trabalho em equipe, as louceiras ainda produzem muitas peças, como jarros, panelas, potes, pratos, telhas, cofres personalizados, entre outras.

As peças que são produzidas durante a semana são comercializadas aos sábados na feira livre de Cajazeiras. Mas dona Lúcia conta que as pessoas que vêm de outros estados valorizam mais o produto do que os moradores locais.

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Redação DIÁRIO DO SERTÃO

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