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José Anchieta

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Zé Francelino

21/09/2011 às 22h36

A notícia e as circunstâncias do falecimento do secretário de educação do município de Marizópolis/PB, o senhor José Francelino de Souza, deixou-me profundamente comovido. O conheço há uns quinze anos quando, ainda seminarista, frequentava a paróquia da qual, anos depois, seria pároco.

O professor era um bom cidadão. Numa cidade interiorana e com ocupações interioranas, mantinha-se no campo da neutralidade, embora fosse um homem público. Nunca o vi discutindo frugalidades com quem quer que seja. Também nunca ouvi falar de nenhum ato que o desabonasse enquanto gestor público. O mundo precisa de mais gente assim.

Pai de família zeloso, sempre falava da sua esposa, Dona Mocinha, falecida há pouco mais de quinze dias, à qual devotava incomum gratidão pelo fato de ter podido estudar depois de casado. Quanto aos filhos e netos, sua memória estava sempre voltada para Regina e para Séfora, esta, a pequenina da casa.
Ao assumir a Paróquia de Santo Antônio, ainda em 2004, dele logo recebi a ajuda necessária para conduzir as pastorais e recebi sugestões para as importantes decisões. Era membro ativo na Paróquia, participava dos conselhos econômico e pastoral e era ministro extraordinário da Sagrada Comunhão. Tinha Cristo em suas mãos, pois estava sempre nas mãos de Cristo.

Na minha época, era o responsável pela preparação de pais e padrinhos para o sacramento do batismo e, no momento da celebração, me ajudava com o rito e com a organização das pessoas. Ele gostava do que fazia. Durante o Curso Bíblico dos domingos, ajudava-me na formação das lideranças leigas. Como professor de história, entendia bem da história sagrada. Não fazia feio não.

Chamava-me a atenção o fato de que, não havendo pessoas disponíveis para sustentar o canto litúrgico, principalmente nas “missas de defunto”, Zé Francelino apresentava-se, quer estivesse ocupado, quer estivesse livre. Se estivesse ocupado, interrompia suas ocupações, tomava o microfone e ajudava o povo a rezar com sua voz, nem sempre bem entoada. Fazia aquilo com uma devoção peculiar.

Nas minhas homilias, numa cidade em que se morria muito por motivos banais, sempre falava na morte e na necessidade de estarmos sempre preparados, pois, como ladrão, não sabemos quando vem. Não para termos medo, mas, para sermos vigilantes e felizes pelo encontro com Deus. E Francelino sempre ouviu atentamente as palavras do então padre Renato.

Zé Francelino, enquanto sei, viveu bem. Não lembro de alguma vez em que o vi triste, não obstante preocupado. Foi um bom cidadão e um bom cristão. Conhecendo-o como conheci, não hesito em dizer que está no céu, pois, enquanto vivo, soube muito bem em quem colocar a esperança.

Vai, Zé Francelino, para o descanso que Deus preparou para você. E reze por nós.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

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José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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