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Maria do Carmo

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Vozes do Brasil

30/09/2022 às 20h19

Coluna de Maria do Carmo - imagem ilustrativa

Por Maria do Carmo

A nossa brasilidade é sempre aquecida pela história, cujos fatos do passado possibilitam a compreensão de que o Brasil está sempre construindo sua independência. O ápice da nova fase democrática brasileira aconteceu com a primeira eleição direta em 1989, na qual o voto direto passou a ser o instrumento livre e soberano da vontade popular, significando mais um grito de liberdade de todos os brasileiros. A eleição deste ano de 2022, é de grande importância, uma vez que se trata do respeito à democracia e à nação brasileira.

Hoje a sociedade brasileira, logra dessa realidade resultante de uma luta de um povo forte e varonil iniciada há 200 anos. Os movimentos pela Independência do Brasil tiveram como primeiro mártir da Inconfidência Mineira “Tiradentes”, este episódio foi muito antes do Grito no Ipiranga: “Independência ou Morte”, após ele; muito sangue foi derramado com as guerras nas capitanias da Bahia, Maranhão, Pernambuco e no Pará e tendo a participação feminina nos combates. Os tempos foram passando, com eles as evoluções das mentalidades e dos novos anseios cresciam na alma do brasileiro, quando em 1889 há o grito da democratização do país com a Proclamação da República, passando o Brasil a ser governado pelos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Em tempos contemporâneos, não foi fácil para os brasileiros que estavam na linha de frente abrindo os caminhos da democracia plena, hoje vivenciado no Brasil. Existia o jogo de interesses mantendo seus representantes indicados por colegiados: muito poderosos, a fase tenebrosa da Ditadura Militar caracterizada pelas perseguições aos que se posicionavam contra o regime autoritário do país: a “era escura” no Brasil de repressão militar. Muitos brasileiros foram exilados, outros presos e torturados ficando com seqüelas sofridas na prisão e outros assassinados nas formas mais desumanas sem se falar nos desaparecidos; neste grupo se encontravam muitas mulheres, porém o grito não parou: Abaixo à Ditadura!

Foi o povo nas ruas, a participação dos estudantes dentro das universidades que fortaleceram o movimento para acontecer democracia; estudantes, pessoas humildes e trabalhadoras, uns nem eram militantes, foram mortas pelo comando das forças apoiadoras do governo. A eleição para presidente do Brasil em 1985, sendo eleito pelo o voto dos deputados e senadores o presidente do Brasil, Tancredo Neves, representou um grande avanço, no entanto o brasileiro tem a alma de guerreiro e mais outro brado da juventude brasileira nos quatro cantos do Brasil: Diretas já! A eleição de 1989 marcou o fim da Ditadura Militar e a primeira com a participação do voto direto dos cidadãos e cidadãs do Brasil. Esta realidade entre lutas, sofrimentos e vitórias o reconhecimento dos brasileiros de que só vivemos num país livre e democrático, conquistado através das lutas de muitos que lhe custou a própria vida.

Moramos num país que tem uma Carta Magna moderna, elaborada de forma aberta com a participação popular, onde as reivindicações se transformaram em direitos assegurados nos artigos da Constituição Brasileira promulgada em 1988. São os direitos e deveres do cidadão e da cidadã e sobre tudo que há no território deste imenso Brasil garantindo assim a proteção, a liberdade de voz e o avanço de concepções respaldado na lei; não há mais lugar para o retrocesso. Há o poder judiciário onde o Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição Federal apreciando o que envolve lesão ou ameaça às suas provisões e fiscaliza ações dos poderes: legislativo e executivo. O congresso Nacional e o Senado Federal que fundamentam e garantem a defesa da nação brasileira e que atualmente vem freando o descalabro do Poder Executivo nestes últimos anos de insegurança e desamparo do país.

No Brasil de hoje, estão escancarados os escândalos: parada no crescimento, estagnação da economia, inflação galopante, corrupção, a banalização das informações através das mentiras veiculadas nas redes sociais e a errônea interpretação sobre a liberdade de expressão. O clamor da fome do desemprego, da falta de moradia nas camadas mais vulneráveis, somado ao grito da população negra, LGBTQIA+, das mulheres, das pessoas pobres, dos que têm qualquer deficiência, a grande onda racista, homofóbica, machista, o preconceito, a discriminação e o desrespeito à vida e à dignidade humana, realidades estimuladoras da violência e crimes contra às mesmas.

O grito do indígena com as invasões de suas terras, da natureza com as queimadas na Amazônia e no Pantanal, a garimpagem e desmatamento ilegais, dos ativistas assassinados, das vítimas de balas perdidas, da disseminação do ódio incentivador da intolerância política, das mortes causadas pelo negacionismo da pandemia, pela a ausência da vacina contra COVID-19 e por falta de tratamento hospitalar. A calamidade acentuada nos discurso do “não” à ciência e a marcha ré continua no linguajar vulgar nos palcos com o show de expressões deselegante e desrespeitosas aos cônjuges brasileiros em eventos que deveriam ser de exaltação a bravura da nação brasileira.

São importantíssimas as eleições deste ano porque estão concorrendo ao pleito os candidatos a deputados estaduais, federais, senadores e governadores dos estados da federação. Os deputados federais têm a função de criar leis de acordo com a Constituição para a defesa do povo assim como o senado fiscalizar e controlar atos do poder executivo.Ficar de olho no comportamento de certos deputados e senadores é papel do eleitor; quem gosta do centrão, de comprar voto na véspera da eleição, de desviar dinheiro público para seu próprio enriquecimento, de se vender pelos cargos de confiança e empregos da máquina administrativa, de aparecer só no época da campanha eleitoral, requer séria avaliação crítica dos votantes brasileiros.

Mediante a esta problemática, é preciso sair do pessimismo e acreditar que o Brasil tem jeito, sonhar com um Brasil melhor através da consciência política, na reflexão sobre todos os candidatos que estão no julgamento do eleitorado. É mais uma ação de liberdade, desta vez silenciosa, mas de grande valor para o bem de todos; é a tomada de posição da própria sociedade através da oportunidade nacional com o “ato livre de votar; que o mesmo seja feito com cuidado e responsabilidade”.

Professora Maria do Carmo de Santana

Cajazeiras, 29 de Setembro de 2022


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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