Vila Produtiva do Bartolomeu
Estive visitando esta semana as obras da Transposição do Rio São Francisco, precisamente a Barragem da Caiçara e o Túnel de quatro quilômetros, em Cajazeiras, que a interliga a grandiosa barragem da Boa Vista (240 milhões de m³), construída no território do município de São José de Piranhas.
Vi também a Vila Produtiva Bartolomeu, composta de 24 boas residências, uma excelente escola com três salas de aula, que infelizmente o município de Cajazeiras ainda não a fez funcionar, um posto médico âncora que até o ano passado tinha médico, mas que na nova gestão não apareceu nenhum para atender a população, o sistema de abastecimento d água, um excelente campo de futebol e uma quadra para futebol de salão.
Conversei com alguns agricultores da Vila Produtiva, que foram retirados das áreas desapropriadas e reassentados em lotes de cinco hectares, além do terreno da casa que possui 5.000 m². Todos eles se dizem plenamente felizes e enquanto as terras para plantio não forem liberadas continuarão recebendo uma ajuda do governo federal via Ministério da Integração, no valor de R$1.405,00.
A presidente da Associação Comunitária da Vila, Erocilma Fernandes, que é também Agente de Saúde, com 23 anos de serviços, tem enfrentado uma luta em defesa dos reassentados pra que possam ter de volta o funcionamento do Posto de Saúde e abertura da escola, além de ter feito cobranças junto à administração municipal para fazer funcionar o transporte escolar, fato que somente há uma semana os alunos tiveram direito a este serviço, via Ministério Público, que “obrigou” o município a proceder à coleta.
Vale ressaltar que todos os equipamentos foram entregues pelo Ministério da Integração ao governo do município, a quem cabe manter, conservar e fazer funcionar, inclusive a iluminação pública, que precisa urgentemente de reposição de lâmpadas.
Uma das preocupações do Ministério da Integração, com relação às vilas produtivas, é a coleta de lixo, que está sendo também solicitada pelos seus habitantes ao poder público municipal e que vem sendo acompanhado e orientado por funcionários do Ministério da Integração, que auxiliam em outras tarefas relativas à produção e criação.
Estas vilas produtivas, quando as águas começarem a circular nos canais e quando cada um de seus moradores plantarem um hectare irrigado, se constituirão em células importantes do processo de produção de alimentos, cujas sobras poderão ser vendidas para o mercado. São muitas as vilas existentes ao longo dos canais da transposição, que no final poderão ter uma soma representativa de toneladas de alimentos.
Tomei conhecimento, nesta visita, que tem uma empresa já fazendo estudos topográficos para a construção do canal que levará as águas acumuladas na Barragem da Caiçara para o Açude de Engenheiro Ávidos e também para o Açude Lagoa do Arroz, que quando concluídas vão perenizar os Rios do Peixe e Piranhas, além de outra que está concluindo a rede elétrica até a barragem, que possibilitará a movimentação das comportas.
A transposição do Rio São Francisco, mesmo aos trancos e barrancos, vai se transformando numa realidade e vejo que o projeto é irreversível e quando concluído se transformará numa riqueza incalculável para todos nós sertanejos e a cada visita que faço percebo o quanto grandiosa é esta obra.
Concluída a Transposição do Rio São Francisco, será então a vez do município de Cajazeiras fazer a sua, nos moldes que o governador Ricardo Coutinho está realizando para os municípios do Curimatau. Posso imaginar, num futuro não tão distante, quando realizarmos a nossa TransCajazeiras, perenizando todos os nossos principais rios e riachos, az exemplo do Rio Santo Antonio, Patamuté, São José, Caieira, Almas, Coxos, Riacho Fundo, Catolé e tantos outros.
Vale lembrar, logo depois que foi construída a BR 230, que formou a Barragem de Santo Antonio, distante seis quilômetros de Cajazeiras, Major Galdino mandou construir um grande canal a interligando à Barragem do Soim, com cerca de três quilômetros. Estas duas grandes propriedades pertenciam à família Pires. Cajazeiras é pioneira, no Sertão, também em matéria de transposição.
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