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José Antonio

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Valderi Claudino: tomba o Gigante da Serra

03/06/2022 às 15h13 • atualizado em 03/06/2022 às 15h14

Empresário potiguar Valderi Claudino Silva

Por José Antonio

“A História é a testemunha do tempo”
Cícero

Faleceu na manhã do dia 27 de maio de 2022, o médico e empresário Valderi Claudino, em João Pessoa, aonde residia e foi velado e no dia 28 foi sepultado na cidade de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte.

Nasceu em Luís Gomes, Rio Grande do Norte, em 20 de agosto de 1931, na mesma casa onde nasceram seus irmãos Nonata, Monica e João (in memorian). Tinha ao todo 15 irmãos.

Desde a sua infância, na Chapada da Serra de Luiz Gomes, no extremo Oeste do Rio Grande do Norte, terra que lhe serviu de berço, que o menino Valderi começou a contemplar os possíveis horizontes de sua vida e foi nas localidades de sua terra-mãe, nos baixios e tabuleiros, sentindo o aroma das flores silvestres e nos recantos da Lagoa de Cima, na Lagoa do Mato e no Sítio Pitombeiras, a contemplar as suas “belas paisagens”, que ficaram marcadas perenemente em sua memória os mais ternos momentos de sua vida e que gostava de dizer: “jamais poderei esquecer”.

Ao migrar, com seus pais, para a Paraíba, na cidade de Cajazeiras, como predestinação, passou a morar no Alto Belo Horizonte, onde continuou a contemplar as paisagens futuras de sua vida e a vislumbrar um “tempo de esperança”, tempo que foi ocupado pelo trabalho e pela educação, tendo como complemento essencial o ensinamento da fé cristã, alicerce maior de seus pais: Joca e Francisquinha.

Foi nos bancos da Escola Mãe Aninha, do Grupo Monsenhor João Milanez e no Colégio Salesiano Padre Rolim, em Cajazeiras, que o jovem Valderi construiu os fundamentos que o levou a se tornar um médico, na cidade do Recife, depois de uma trajetória de muitas lutas.

O batismo de Valderi com as águas da “revênça” das cacimbas de Areia do Oeste Potiguar, como milagre, tornaram-no um cidadão iluminado para exercer, com vocação e obsessão, a profissão de médico.

Com idealismo rasgou fronteiras, enfrentou desafios até chegar a Ubiratã, no Paraná, numa “cidade que estava apenas nascendo”, como estava nascendo o médico Valderi Claudino, que com imensas dificuldades, com difíceis e precaríssimas condições de trabalho, com seu espírito criativo soube conduzir as ações e passou e teve a capacidade de acumular conhecimentos que o ajudaram a vencer as inúmeras dificuldades.

Os conhecedores de sua história o colocam numa galeria dos audaciosos médicos e suas realizações como atos heróicos.

A poeira das estradas, levantadas pelo seu caminhar, desde as entranhas das serras potiguares, nas corridas e nos aboios, ao entardecer, atrás do gado para conduzi-lo até o curral, nas idas e vindas das escolas e faculdades, nas consultas aos pacientes em difíceis locais, ajudaram na construção da formação humanitária de Valderi como cidadão e principalmente como médico.

E esta humanidade de Valderi é muito bem retratada nas páginas de um livro que escreveu e nunca o lançou, onde narra o cotidiano de sua vida, o seu dia a dia como simples cidadão e com os “causos” relacionados à sua profissão o que o torna mais acreditado e com razões para consolidar cada vez mais fortes amizades , conquistadas em Ubiratã, onde foi prefeito, e na construção de um patrimônio acumulado pelo trabalho e com muito suor derramado do rosto.

Com os sucessos obtidos na medicina, com um aguçado espírito empreendedor e confiante no futuro da cidade que o acolheu nas terras paranaenses, não tardou para que o povo de Ubiratã não lhe negasse nas urnas os votos necessários para que fosse eleito o mandatário maior do município e foi operoso e trabalhador e com um importante detalhe: tratou com carinho e zelo o dinheiro público, ao calçar as luvas brancas da honestidade.

A família Claudino é conhecida em todo o Brasil pelos empreendimentos comerciais e Valderi, também enveredou por este mesmo caminho, mas não abandonou a sua grande paixão: a medicina e participava de Congressos, Jornadas e Encontros para se atualizar e “acompanhar o desenvolvimento do setor”.

Era um apaixonado por viagens e conheceu novas culturas e povos e para todas estas andanças ele traduzia com uma única palavra: comovente.

Era um grande cultivador das amizades que ao longo de sua vida construiu e me incluo dentre elas. Sempre demonstrou comigo uma atenção toda especial e conversar com ele era prazeroso e de um aprendizado constante.

O livro que escreveu é o testemunho da luta mais heróica, da abnegação e do devotamento à família, à medicina, ao trabalho e à valorização do ser humano.

Tomba a frondosa Baraúna da Serra, mas renascerá na verdade do ontem e na crença de grandes esperanças de outras vitórias no amanhã, para perpetuar a sua memória, através da sua esposa Francinalda, de seus filhos e netos.

Adeus meu caro amigo!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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