Um pacto para o desenvolvimento do Sertão
Por Alexandre Costa – A robusta saúde fiscal e financeira que vem sendo exibida pelo estado da Paraíba em projeções de crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2024 de 6,8%, que a coloca no topo dos estados mais saneados e prósperos do país, volta a suscitar o debate sobre os critérios para aplicar homogeneamente esses polpudos recursos em todas as regiões do estado.
Evidente que a maior fatia deste bolo sempre ficou e ficará com as cidades mais densamente povoadas, o que não se justifica é a falta de investimentos em regiões pobres do estado que carecem de obras estruturantes que fomentem o seu desenvolvimento para reverter os gritantes índices de pobreza no interior sertanejo.
Difícil para um cidadão de o Alto Sertão ouvir e entender o governador anunciar obras que demandam montanhas de dinheiro, como a Ponte do Futuro, que liga Cabedelo a Lucena, o Polo Turístico Cabo Branco, o Arco Metropolitano de João Pessoa, o Centro de Convenções de Campina Grande e ter que se contentar apenas com migalhas aplicadas em asfaltamento de travessias urbanas em pequenas cidades.
Obvio que todas são obras estratégicas para o nosso desenvolvimento, mas o que sertanejo se ressente mesmo é a falta de um plano estratégico integrado para o desenvolvimento socioeconômico do sertão paraibano.
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O que existe hoje são obras isoladas e desconexas que nasceram das cabeças dos inquilinos de plantão do Palácio da Redenção ou de algum parlamentar de Brasília para atender conveniências politicas e partidárias que não possuem potencial para reverter o nosso atraso econômico e promovam a transformação social do povo sertanejo.
Existem sim algumas obras pontuais em andamento como o projeto Bingo com a instalação do maior radiotelescópio da América Latina e o Centro Conjunto Yangzhou-Paraíba de Ciências do Espaço no município de Aguiar, a ampliação do Aeroporto Regional de Patos e o anúncio, ainda sem data confirmada para início das obras, do Museu de Arqueologia de Cajazeiras.
É chegada a hora para a construção de uma agenda de desenvolvimento econômico na forma de um grande pacto que envolva lideranças politicas, instituições governamentais, e a sociedade civil organizada que incorpore todas estas obras citadas, englobando prioritariamente dois eixos estratégicos de desenvolvimento como turismo e infraestrutura:
Turismo-Aproveitamento do potencial turístico sertanejo transformando o Vale dos Dinossauros em um grande parque temático, privatizando e transformando o Hotel Brejo das Freiras num hotel fazenda modelo, agregado aos atrativos da Rota do Sol.
Infraestrutura-Implantação de linhas aéreas dentro do próprio estado ligando Cajazeiras a João Pessoa. Inicio da duplicação da BR 230 no sentido Cajazeiras-Campina Grande. Criação de um programa específico de incentivo creditício para aproveitamento das aguas do São Francisco.
Não quero inventar a roda quando proponho a criação deste pacto desenvolvimentista. Nossos vizinhos aqui no Ceará fizeram isso há 25 anos atrás quando implantaram o revolucionário e exitoso Pacto de Desenvolvimento do Cariri. Acorda Sertão!
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