Um aluno ilustre do padre Rolim
Por Francisco Frassales Cartaxo – Para realçar a importância do antigo colégio de padre Inácio Rolim é comum nominar alunos que se destacaram na vida profissional, administrativa, religiosa, política. Citamos figuras como Irineu Joffily, cardeal Arcoverde, padre Cícero, o governador José Peregrino de Araújo e muitas outras. Falta, porém, um estudo sistemático que complete as pesquisas já realizadas. Por quê? Para reforçar a relevância educacional do padre-mestre no interior nordestino no século XIX.
José Manuel de Freitas é nome pouco lembrado.
Nascido em 1832, em histórico arraial que hoje é a cidade de Jurumenha (PI), José de Freitas, segundo Clóvis Beviláqua, “Iniciou os seus estudos preparatórios em Oeiras, então capital da província, aos treze anos e os foi, em seguida, continuar na cidade de Cajazeiras, na Paraíba, sob a direção do conhecido Humanista Padre ROLIM”. (Itálico nosso).
Retifico pequena imprecisão do autor da História da Faculdade de Direito do Recife. Dr. Freitas concluiu o curso de Ciências Jurídicas e Sociais em 1858, portanto, aqui estudou quando Cajazeiras ainda não era cidade. Apenas povoação do município de Sousa. Nem sequer se tornara freguesia, o que só ocorreu em 1859, um ano após a formatura do piauiense!
Tal qual José Peregrino de Araújo, e inúmeros bacharéis de sua época, José de Freitas iniciou sua brilhante carreira, como promotor público. No caso, em Caxias (MA), mas logo se fixou no Piauí, ao ingressar na magistratura, enquanto abraçava as atividades político-partidárias, prática usual no Segundo Reinado. E as exerceu no Piauí e em outras províncias, costume político do Império, na gangorra do poder, ora sob domínio do Partido Conservador, ora do Partido Liberal. A este, dr. Freitas dedicou parte de suas energias, como líder proeminente em sua terra, jornalista, fundador de jornais. Foi deputado provincial, deputado geral, governador, aliás, não só no Piauí (1861-62), mas também no Maranhão (1882-83) e em Pernambuco (1884), onde já residia, exercendo o cargo de juiz de Direito à frente da vara dos Feitos da Fazenda.
Como magistrado, ele faleceu, de mal súbito, no Recife (1887), com apenas 55 anos. Deixou estudos prontos e outros inacabados, abordando em temas jurídicos. José Manuel de Freitas é Patrono da Academia Piauiense de Letras.
Seu filho ilustre, José Octávio de Freitas, médico, foi notável na profissão, no ensino, no jornalismo em iniciativas pioneiras como a criação da Faculdade de Medicina do Recife, a primeira de Pernambuco.
Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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