“Sou livre, sou Léo”
Por José Antonio
RENÚNCIA
Chora de manso e no íntimo… procura
Tentar curtir sem queixa o mal que te crucia:
O mundo é sem piedade e até riria
Da tua inconsolável amargura.
Só a dor enobrece e é grande e é pura.
Aprende a amá-la que a amarás um dia.
Então ela será tua alegria,
E será ela só tua ventura…
A vida é vã como a sombra que passa
Sofre sereno e de alma sombranceira
Sem um grito sequer tua desgraça.
Encerra em ti tua tristeza inteira
E pede humildemente a Deus que a faça
Tua doce e constante companheira…
“Sou livre, sou Léo” era o grito que ecoava na cidade e no campo e nos corações da maioria do eleitor cajazeirense, na memorável campanha de 2008, na qual saiu vitorioso, como símbolo de renovação e esperança, o jovem médico Léo Abreu, como prefeito da cidade de Cajazeiras.
Passado dois anos, cinco meses e dezesseis dias ele renuncia ao seu mandato, quando ainda existia no ar um eco daquele valoroso grito: “sou livre, sou Léo”, que simbolizou a liberdade do eleitor cajazeirense.
Neste dia 16 de maio, só uma única pessoa gritava para todos os recantos do município, era o prefeito Léo Abreu. Seu brado retumbante ecoava nos corações e nas mentes de todos os filhos de Cajazeiras: “sou livre, sou Léo”; “sou livre, sou Léo; “sou livre, sou Léo”.
Era o grito que simbolizava a sua renúncia, era sua a libertação.
Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua própria dor e renúncia. Uma coisa é você ACHAR que está no caminho certo, outra é ACHAR que seu caminho é o único! Dr. Léo escolhera um novo caminho ou o retorno às velhas e saudosas trilhas dos corredores e salas de cirurgias dos hospitais.
“Não há amor, sem dor,
Não há sentimento sem renuncia,
Não há paixão, sem riscos,
Não há ninguém que exista
Sem amar,
Sem Amor,
Sem calor,
Sem dor”.
Mas, em 2105, mesmo afastado da gestão municipal, Dr. Léo foi incluído na famosa Operação Andaime, coordenada pelo Ministério Público Federal e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual, que resultou na denúncia de mais de 60 pessoas e mais de 400 crimes identificados. Foram 8 anos de angústia e sofrimento.
Mas, nesta terça-feira, dia 12 de dezembro, Dr. Léo foi absolvido. Dentro da citada investigação, nos autos, não houve comprovação de que tenha sido “beneficiado pelo esquema de desvios”, não “havia provas no sentido de que o mencionado réu tenha incorporado verbas públicas ao seu patrimônio”.
Finalmente, Dr. Léo foi absolvido, agora sim é livre e o julgamento final vai ficar para a história.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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