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Renato Abrantes

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Sinos Mudos

14/07/2011 às 00h00

O movimento ateísta é forte e, sorrateiramente, adentra cidades e lares cristãos. Já não me surpreendem mais os imensos outdoor’s espalhados pelas capitais brasileiras, com as falácias de quem arroga para si o “direito de expressão”.
 

Trazendo em meu socorro o mesmo direito, escrevo estas linhas.
 

Em Porto Alegre, fotos de Chaplin ao lado das de Hitler, com os dizeres “ele não acreditava em Deus”, com relação ao primeiro, e “ele acreditava em Deus”, com relação ao segundo, dão a impressão de que religião é coisa má e deve ser repudiada por quem tem um mínimo de “bondade” no coração.
 

Sabemos que não é bem assim. Se Chaplin era ateu e era uma boa pessoa, isso não tem nada a ver com a religião que ele não praticava. O mesmo se diga de Hitler que, se acreditava em Deus, fez o que fez. Também não podemos creditar as maldades do ditador alemão à religião.
 

Se assim fosse, como interpretar a bondade de tantos e tantos crentes que eram bons? O que dizer de João Paulo II, de Madre Teresa de Calcutá, estes católicos? O que dizer de Luther King, protestante, do Dalai Lama, budista, de Gandhi, hindu, de Chico Xavier, espírita, e do próprio Betinho (um Brasil Sem Fome), ateu? E, por outro lado, como entender a maldade de tanta gente que não creu ou crê em Deus e que cometeu aberrações sem conta?
 

Em síntese, não é somente a religião que torna a pessoa boa ou má. Há muitos outros elementos que contribuem para a formação da personalidade de um indivíduo. É inegável, porém, que a religião ajuda – e muito – o homem a olhar um pouco mais para o alto e viver bem aqui na Terra. Então, porque extrair do coração humano a ligação com a divindade para nada lhe oferecer?
 

Para a sua defesa, os inimigos da religião sofismam, afirmando que, “em nome de Deus”, atrocidades como as cruzadas, ou a inquisição medieval, foram cometidas. Qualquer pessoa que tenha um mínimo de honestidade intelectual (e também conheça um pouco de história verdadeira – não aquela maquiada) sabe que a religião foi instrumento político e econômico de muitos inescrupulosos que, lamentavelmente, usaram o nome de Deus e a fé para atingir os seus fins não menos perversos.
 

Lastimo profundamente que alguns doutores e mestres das cátedras universitárias insistam, nos primeiros semestres, em arrancar do inexperiente coração dos jovens o sentido da eternidade.
 

Fiquei surpreso ao visitar a minha cidade e não ouvir os sinos da Matriz de Fátima. Acredito que, pela primeira vez em duas centenas de anos, os sinos foram calados por determinação judicial.
 

Assim como os outdoor’s de Porto Alegre, também não já não me surpreendo mais com o silêncio dos sinos da minha paróquia. “Os vizinhos estão incomodados” com os sons sagrados que chamam para a missa. Será? Ou será que estão contaminados com a sanha ateísta que, aos poucos, vai entrando pela porta da frente da nossa casa?
 

Os sinos poderão até serem calados, mas as vibrações do coração que ama a Deus e que acredita num mundo melhor nunca serão silenciados.
 

Vivamos e defendamos a nossa fé.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

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