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Radomécio Leite

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Praça para o povo

18/06/2010 às 06h56

O prefeito de Cajazeiras, médico Léo Abreu está dando inicio ao Projeto “Praça da gente”, para construir e presentear o povo com dez praças e a primeira já foi iniciada na Zona Norte da cidade.

Cajazeiras é uma cidade pobre em praças e contamos nas pontas dos dedos quantas temos: João Pessoa, Cardeal Arcoverde, Dom João da Mata, Dom Moisés Coelho, Nossa Senhora de Fátima, Mãe Aninha, do Leblon, Coração de Jesus todas no centro e a mais famosa da Zona Sul: Camilo de Holanda, palco de memoráveis comícios. Poucas são as praças em nossos bairros.

Quem não tem uma praça na sua vida? Basta ler ou cantar para descobrir em “A Praça” de Carlos Imperial: “Hoje eu acordei com saudades de você, / Beijei aquela foto que você me ofertou,/Sentei naquele banco da pracinha só porque,/Foi lá que começou o nosso amor.”

“Quem na sua juventude não paquerou, flertou ou começou um romance na Praça João Pessoa ou fugiu pelo Beco da Matriz para “uns pegas” na Praça Nossa Senhora de Fátima? E volto aos versos da Praça: “Beijei aquela árvore tão linda onde eu,/com meu canivete um coração eu desenhei,/escrevi no coração o meu nome junto ao seu,/e meu grande amor então jurei.”

Muitas cidades do mundo são identificadas por suas célebres praças: Praça Vermelha de Moscou, Praça da Paz Celestial, em Pequim, no coração do Império Chinês, Piazza Novona em Roma, Trafalgar Square em Londres e muitas outras que embelezam e encantam os turistas e orgulham o povo destes paises.

O Brasil tem também belíssimas e históricas praças: a dos Três Poderes, em Brasília nos remete aos versos de Sérgio Ricardo/Glauber Rocha, na letra de “A Praça é do povo”: “A praça é do povo/como o céu é do condor/já dizia o poeta/dos escravos lutador/outro poeta dizia/que até o mar se levanta/quando na praça em festa/é o povo quem canta/até o mar se levanta/até o mar se levanta/quando na praça em festa/é o povo quem canta/outro poeta lembrava/dos tempos da alegria/na voz do povo em festa/enchendo a praça vazia.” Como os políticos gostam de uma praça com muita gente.

Herivelto Martins e Grande Otelo ao saber que iam acabar com a Praça Onze, cantaram: “Adeus minha Praça Onze, adeus/já sabemos que vais desaparecer/leva contigo a nossa recordação/mas ficarás eternamente em nosso coração/e algum dia nova Praça nós teremos/ e o teu passado cantaremos.” Que versos os nossos poetas fariam para protestar em defesa de várias praças de nossa cidade que foram destruídas?

Muitos são os cantores que fizeram sucesso quando envolveram uma praça, a exemplo de Nara Leão: “Peço licença, peço em nome de quem passa/onde a rua fez-se em praça/tempo passa e vai-se embora/eu vou cantar um samba/pra quem chegar agora.”, ou ainda na bela canção de Oldair José: “encostei o meu carro na praça/e você, um tanto sem graça,/sorriu pra mim/sem querer eu olhei em seus olhos/sem saber segurei suas mãos/e começou assim/um longo silencio entre nós/a sua presença calou minha voz…”

As praças inspiram poemas e belas canções porque elas sempre têm algo a ver com as nossas vidas, com os nossos romances, com os nossos amores e com as nossas aventuras. Construir praças é dar alegria ao povo, principalmente aos jovens que buscam novas amizades e novos olhares. É difícil esquecer aquela praça onde você o primeiro beijo deu, sentado naquele banquinho que parecia está forrado de veludo.

Nos velhos e saudosos tempos alguns casais de namorados fizeram história: quem passasse todas as noites pela Praça Cardeal Arcoverde, conhecida como Praça da Catedral, iria registrar as suas presenças, sempre naqueles mesmos bancos. Que romântico!

E o vagabundo que não tinha onde morar? Rodou, rodou, andou rodando e resolveu ficar para morar no banco da praça.

Que sejam construídas as dez praças e que venham mais outras para o que romantismo de nossa cidade seja cada vez maior.

Quantas praças não moram eternamente em nossos corações?

Radomécio Leite

Radomécio Leite

Contato: [email protected]

Radomécio Leite

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