Por falta de assunto
Um daqueles fatídicos dias em que as palavras teimam em brincar de esconde esconde no campo da imaginação. E o tema da coluna fica penoso como a exigir que letras e símbolos se articulem em meio ao turbilhão de indefinições e incógnitas. A inspiração se esvai como fumaça soprada pela tempestade. Sobre o que falar sem o risco de enfastiar os parcos leitores que, em encontros fortuitos pelas ruas, se revelam assíduos degustadores desta colunista.
Reviro o cotidiano da cidade e a assombrosa variedade de problemas urbanos não são suficientes para construir um pensamento minimamente crítico sobre como nossas ruas encontram-se esburacadas numa situação que se agrava com a volta das chuvas e a ausência de uma política de conservação, sobretudo da malha asfáltica que, precariamente, reveste algumas ruas da cidade. O problema ganha dimensão quando situado em áreas periféricas da cidade que ainda não gozam do benefício da pavimentação e que, em períodos chuvosos, ficam intransitáveis ante a quantidade significativa de buracos, crateras e lamaçais.
Mas são cenas corriqueiras como corriqueira é a indefinição que caracteriza a ação da administração municipal, engessada pelos meandros da burocracia e da desarticulação e impotência. Uma paralisia que negligencia a necessidade de definição de um amplo e conseqüente plano de administração para o município. Um plano que contemple a solução dos problemas não com a fragilidade das respostas imediatistas e eleitoreiras, mas com a conseqüência do médio e longo prazo e que se operacionalizem como estratégias de governo e não meras práticas administrativas. Um novo plano diretor que direcione e discipline o crescimento da cidade, organizando a expansão urbana, projetando as áreas que carecem de urbanização, organizando o caos que já se anuncia na cidade. O estabelecimento de áreas para a cidade respirar. A idealização de parques e áreas verdes. São propostas que, extravasando os limites de um mandato eletivo, exigem pertinência e compromisso para realizá-las.
Mas são fatos banais como singelo e insignificante é o barulho infernal que lojas e estabelecimentos comerciais do centro da cidade promovem na tentativa de atrair consumidores e clientes para seus produtos. Cada um, a sua moda, tendo como pano de fundo o péssimo gosto musical que a moda do momento determine, utiliza-se de serviços de som que colocados nas portas e, até mesmo nas calçadas, transformam ruas centrais da cidade numa verdadeira Babel onde a profusão de idiomas e apelos musicais e propagandísticos proferidos simultaneamente enlouquecem transeuntes, desnorteiam incautos e agridem ouvidos minimamente educados.
Mas tudo não passa de cenas cotidianas da cidade.
Ufa, afinal, a coluna saiu. Com o travo da preguiça mental que, com assiduidade, nos acomete.
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