Pobre Paraíba de "Ricos" Políticos
Por Gildemar Pontes
Iniciei minha colaboração fixa neste sítio homenageando minha mãe numa crônica que alia lembranças felizes da minha heroína. Hoje, já devidamente robustecido pela energia que emanou do texto anterior, vou falar de algo que me intriga e me entristece, a política paraibana. E o faço depois de ler matéria da Revista Veja, edição 2113, de 20 de maio de 2009, intitulada “O senador e seus fantasmas”, sobre o festival de falcatruas do Senador Efraim Morais.
Na medida em que fui lendo a matéria, fui lembrando de como o povo vive alheio às decisões governamentais e passa ao largo das benesses que o poder proporciona aos políticos e a alguns agraciados. Enquanto o povo trabalha em função de um salário de miséria, entulha-se nas filas dos hospitais ou simplesmente morre a mingua, na sua exclusão, o Senador Efraim Morais usa e abusa dos impostos e da paciência do contribuinte para promover a farra do nepotismo e das contratações fantasmas no Senado Federal. Como crer nas instituições que estão nas mãos de políticos como este? Segundo a revista, “A capacidade do Congresso de produzir escândalos parece não ter fim: Efraim Morais contratou 52 funcionários-fantasma pagos pelo Senado Federal”. Ora, Se um político tem à sua disposição 52 funcionários para tratar dos assuntos ligados a sua eleição, o que dirá um pai de família que tem quatro ou cinco filhos desempregados e não vê perspectiva nenhuma para eles, a menos que consigam algum “contratinho” na prefeitura da sua cidade e passem a “usufruir” das migalhas que sobram do banquete de senadores como o senhor Efraim Morais?
Isso me parece ser a prática de maus políticos em todos os níveis. Esse atentado à decência pede que tomemos decisões drásticas com relação aos Efrains da vida. E a única arma que possui o pobre vitimado pelas ratazanas do poder é o voto. Mas voto para o pobre é produto de barganha miúda que não tem validade para além do dia da eleição. Passado este dia, o pobre volta para as migalhas e para as esmolas. Quando será o dia em que a Paraíba se libertará desses homens públicos impublicáveis?
Há mais de um mês estudantes usam barcos no deslocamento de algumas cidades para estudar, por conta das quebras das pontes e das estradas destruídas em função das chuvas. Seria triste não fosse isso um desrespeito e uma agressão dessa corja a quem os sustenta, porque se repete sempre que o inverno é mais rigoroso.
Agora a pergunta: E por que os responsáveis não resolvem esses problemas com construções que tenham duração e não coloquem em risco a vida de tantas pessoas? Realmente é triste constatar que o estado de um povo tão trabalhador e tão rico em sua diversidade cultural possa estar tão empobrecido pela ação de políticos desonestos e irresponsáveis. A Paraíba merece respeito. E merece bons políticos. Quem daqui a um ano estará no palanque de Efraim ou recebendo-o no seu palanque? Quem será capaz de trair o povo desta maneira?
É esperar para ver!
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário