Os paradoxos das mídias digitais na sociedade contemporânea
Por Maria do Carmo – O mundo digital está sutilmente exercendo fortes influências na vida das pessoas. Se por um lado facilita a comunicação, em contrapartida nas mídias sociais são perceptíveis os perigos para os usuários. Uma massa de adultos, grande parte de adolescentes e crianças, pais e os responsáveis pela família, todos, no mesmo barco se permitindo à cultura do mundo digital de certa forma errônea. Existem ameaças na saúde física e mental, nos relacionamentos familiares e sociais e no desempenho escolar; o que poderia ser enriquecedor se torna prejudicial no cotidiano das pessoas.
Vale ressaltar que as mídias digitais são de importantes utilidades na vida das pessoas, cabe ao usuário fazer o bom uso das mesmas na preferência pelo que traz aprendizagem, enriquecimento, assim como o desenvolvimento da consciência crítica para posicionamentos salutares como seres inteligentes. Ademais, o que se observa na realidade, é uma população contaminada escolhendo lado maléfico veiculado nas influências digitais; no caso das crianças e adolescentes prevalece um grande perigo e prejuízos no processo de formação e construção da personalidade, como também consequências seríssimas no campo emocional, suicídio, doenças psicossomáticas e uma certa degradação da personalidade.
Uma grande parte da massa social deve aprender a utilizar as redes sociais com maturidade, com olhar crítico discernindo o que é bom e enriquecedor daquilo que é ruim e prejudicial. A internet precisa ser encarada pelos seus usuários como um meio para encontrar respostas às perguntas, ou seja, é um espaço para caminhos enriquecedores e frutíferas. A pergunta é a seguinte: por que tanto gosto pelo vazio? São imagens e comentários fúteis, outros disseminadores da maldade, veiculação de mentiras, de inverdades, da beleza irreal e da falsa felicidade: o servidor deve ser o responsável pela seleção dos conteúdos.
No tocante aos influenciadores digitais, “a coqueluche do momento”: Existem muita gente colado nos “instangrans da vida” visualizando e seguindo alguém pelo simples fato de se vestir luxuosamente estimulando o erotismo faltando com o respeito ao seu próprio corpo, banalizando a sexualidade incentivando a promiscuidade e a prostituição. Outras exibindo ostentações quando ninguém sabe de que forma foi adquiridas, haja visto que o importante é a riqueza, lícita ou não. O culto da beleza, da perfeição dos corpos que às vezes é camuflada na maquiagem, são situações que arrastam seguidores a ficarem horas em frente de uma tela de celular. O curioso é querer entender o porquê de seguir ou curtir tantas coisas desprovidas de contribuições positivas para o ser humano quando o mesmo dispõe de um grande potencial: a inteligência
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A internet, apresenta um universo vastíssimo de informações riquíssimas da virtude do bem, por exemplo: gestos de amor ao próximo, passagens de sacrifícios em defesa do outro, gentileza, empatia, generosidade, caridade; uma gama de orientações para a boa convivência no trabalho, no aperfeiçoamento profissional, nas relações familiares. Muitas contribuições da psicologia, pedagogia, psicopedagogia e neuropsicopedagogia na educação escolar tornando o ensino aprendizagem mais eficazes. No campo da saúde física e mental estão as sugestões para uma vida saudável, através das teses relacionada à medicina. As redes sociais oferecem grandes contribuições para a facilidade agilidade da comunicação e a comodidade para as pessoas empresas, instituições realizarem operacionalização sem sair de casa.
Numa outra configuração surge a preocupação constante nas escolas e nos lares no tocante aos impactos das redes sociais e dos próprios influenciadores digitais na vida dos jovens e das crianças, visto que nesta população os prejuízos são maiores do que nos adultos. No primeiro caso se trata de uma classe imatura que além de interagirem com um desconhecido passam a valorizá-lo e querer vivenciar aquilo que está exibido numa tela digital posto que há um grande poder de convencimento levando o público juvenil, em muitos casos a sonharem em ser influenciadores. Estudiosos no assunto revelam em um artigo (Site PUC Minas) que a busca insistente por links a atenção e visibilidade pode trazer problemas psicológicos, a necessidade de pertencimento público a um determinado grupo social gera falta de aceitação consigo mesmo causando baixa autoestima, e atitude alheia à realidade.
É uma realidade em que a cultura familiar como valores, costumes orientados pelos os pais ou responsáveis da família tornam-se quase que anulada, há um quadro confuso entre as funções da família, uma vez que a mesma, não possui preparação técnica para lutar contra o poder da mídia digital a qual exerce forte influência na mentalidade juvenil. Há uma perda de controle no tocante à orientação oferecida no convívio familiar, porém a insistência das atribuições da mesma deve estar sempre presente. Os pais devem acompanhar de perto o tempo utilizado pelos adolescentes na internet, mesmo existindo conteúdos de aprendizagem positivas, uma vez que os danos são em decorrência do tempo utilizado na internet reforça o artigo.
Há também preocupação na comunidade escolar no resgate na motivação para aprendizagem, formação intelectual e social a fim de tornar os jovens mais fortes frente a magia das personagens digitais. Sugere o artigo de que escola deve trabalhar o adolescente no tocante a construir uma nova consciência em relação a influência digital, estimular o pensamento crítico através do incentivo à leitura, o questionamento, criação de espaços para argumentações e debates como também uma aproximação dos educadores com os jovens através da comunicação, do diálogo. Acrescenta ainda que, os professores precisam seguir os mesmos influenciadores para entenderem e se apropriarem da mesma linguagem com objetivo de transformar a visão dos adolescentes numa posição crítica diante de tal conteúdo. (Site Escola Inteligente)
Na população infantil o acesso às mídias digitais especialmente aos influenciadores está cada vez mais aumentando cabendo aos pais ficarem atentos à realidade online, visto que as crianças não possuem valores marcados nem maturidade para filtrarem, o que fazer ou não, diante da influência do outro. Para a psicóloga Daniela Couto “na construção comportamental de uma pessoa precisa considerar as redes sociais vivas, ou seja, as relações com pessoas reais, é imprescindível que a criança tenha contato com pessoas para o desenvolvimento saudável”; no aspecto social, continua a psicóloga, “as redes sociais permitem que haja manutenção de laços diversos, porém o uso demasiado pode prejudicar as habilidades sociais que o indivíduo necessita construir como: respeito, empatia e o exercício do diálogo”.
Frente a esta realidade conturbada, há a necessidade do equilíbrio entre a função da formação familiar e o convívio com a realidade digital. A escola, além de oferecer o ensino e a aprendizagem às crianças e adolescentes pode contribuir no que tange a orientação familiar. São os desafios da modernidade no século XXI.
Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras, 25 de outubro de 2024
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