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Saulo Péricles

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Os eleitores e seus representantes

24/09/2024 às 19h23

Urna eletrônica - imagem ilustrativa - © Fábio Pozzebom/Agência Brasil

Por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira – Caros amigos. Iria começar meus escritos de outra forma, mas meu confrade Alexandre Costa já escreveu um comentário em que eu concordo com o que ele escreveu. Então para não chover no molhado, vou abordar outro assunto. Há muito tempo eu li meio sem compreender a república de Platão, uma obra em que os filósofos seriam os governantes, e naturalmente isso nunca aconteceu, e tem muito pouca chance de acontecer. Ele chamava esse governo de aristocracia – o governo dos melhores, termo que hoje tem uma conotação muito diferente, que se pois hoje significa uma classe de pessoas que “chegou lá” e lá se mantém, sem que se sejam avaliados seus méritos. As aristocracias hoje são as piores possíveis: autoritárias, excludentes e, muitas vezes a chegada nesse grupo se processa de maneira duvidosa, a ponto de na primeira frase do famoso livro de “O poderoso chefão”, começar com a seguinte frase, que não me lembro do autor – Celli, salvo engano: “por trás de uma grande fortuna existe sempre um crime”. Isso na Itália, e por aqui, de maneira especial na política, por vários. Não se começa na política com um apartamento cheio de dinheiro, mas primeiro enganando os eleitores municipais, e num crescendo, chegam aos círculos mais altos da carreira, seja por meios lícitos (pasmem – existem pessoas que enriqueceram por meios lícitos) seja pelos caminhos torturosos da ilicitude. Esses, segundo eu já ouvi do fabuloso José de Paiva Gadelha, “a política é para rico besta e pobre esperto”. Eu, na minha irreverência de juventude ousei perguntar: “E o Senhor, que não é nem uma coisa nem outra, o que está fazendo na política?” ele me deu um sorriso enigmático que somente uns vinte anos depois eu fui entender. Na realidade, com os meios que a política pode produzir, se pode chegar a objetivos por atalhos inusitados que a política pode alcançar. Infelizmente na nossa família ninguém pegou esse bonde, na realidade, desde Dr. Gineto, impugnado como Chico Mendes, a gente teve desdém por essa faceta tão importante nesse nosso mundo.

Em 1980 eu dizia que o melhor negócio da nossa região era o comércio e o segundo era a política, mas hoje a coisa se inverteu de tal forma, que os comerciantes estão, os mais bem sucedidos, na política. O caso do pessoal da Betânia, de Tasso Jereissati e muitos outros.

E com a dessacralização dos meios de comunicação, fica ao alcance de quase todos, inclusive dos mais inescrupulosos. E nosso povo é bombardeado com um festival de baixarias nunca dantes visto. Platão chamava o antônimo de “Demagogia”, depois se sacralizou para o termo “Democracia”, o governo do povo, mas com os recentes acontecimentos, o termo de Platão, que significa enganar o povo, tem mais sentido.

Povo ignorante, gera governo semelhante. Ou desonesto.

Os “podres poderes” de Caetano Veloso .

João Pessoa ,20 de setembro de 2024.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Saulo Péricles

Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Contato: [email protected]

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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