Os Correios afundam
Por Alexandre Costa – Nem mesmo sentou na cadeira da presidência do Tribunal de Contas da União (TCU), o novo presidente daquele órgão, o paraibano Vital do Rego Filho, tem pela frente, já repousando na sua mesa, um pedido de explicações, protocolado por parlamentares da oposição no Congresso sobre o prejuízo de R$ 2 bilhões dos Correios registrado no período de janeiro a setembro do corrente ano.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é “useiro e vezeiro” quando o assunto se trata de corrupção e malversação do dinheiro público. Foi alvo de um rumoroso caso de repercussão nacional conhecido como o escândalo dos Correios que originou, em 2005, na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, a famosa “CPI dos Correios” para investigar desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, licitações e contratos fraudulentos redundando na condenação de políticos, servidores públicos e empresários.
Aparentemente saneada e apresentando lucros consideráveis a partir de 2017 a 2021 os Correios, atingiram ganhos totais nestes 05 anos de quase R$ 4 bilhões, abruptamente entrou em derrocada apresentando nos seus balanços prejuízos de R$597 milhões em 2023 e agora um novo prejuízo estimado para este ano superior a 2,1 bilhões, quantitativo equivalente à gestão temerária de Dilma Rousseff em 2015.
Hoje, à beira da insolvência, os Correios fecham o ano acumulando dívidas de mais R$ 9,5 milhões com pagamentos atrasados de alugueis, taxas de condomínios, IPTU, além demandas judiciais vencidas e correndo o vexame de serem despejados de mais de 200 imóveis alugados por falta de pagamento.
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Com uma alegação esfarrapada, a direção da estatal atribuiu a crise à “taxa das blusinhas” que reduziram as encomendas para entregar por todo Brasil afetando seriamente as receitas da empresa. Pura balela! A insolvência dos Correios transcende o aparelhamento da estatal pelo governo federal, que a tornou num antro de roubos, cabides de emprego, que introduziu no Serviço Público a “má gestão profissionalizada” especializada em surrupiar os caixas das estatais para abastecer os bolsos de políticos, empresários e burocratas de alto escalão da administração pública brasileira.
Além da gatunagem institucionalizada, o principal problema dos Correios é estrutural. Impossível uma empresa pública concorrer em pé de igualdade com empresas gigantes transnacionais extremamente competitivas como o Mercado Livre, Amazon e FedEx.
Qual a saída para salvar os Correios? Injetar dinheiro do contribuinte brasileiro ou privatizar a empresa? Por convicção sou contra privatizar por privatizar. Inicialmente defendo a privatização imediata de empresas públicas deficitárias e em médio prazo repassar para iniciativa privada, empresas que não são atividade-fim do estado e em seguida reinvestir tudo em saúde, educação e segurança. Não vislumbro outra saída.
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