Orgia eleitoral
Por Alexandre Costa – A operação “Fundo do Poço” deflagrada pela Polícia Federal para apurar desvios milionários na direção nacional do partido Solidariedade mexeu num vespeiro de dimensões inimagináveis que revelou apenas a ponta do iceberg da sórdida utilização de dinheiro público para bancar as atividades partidárias e campanhas politicas via Fundo Partidário e Fundo Eleitoral. Sobre as costas do presidente do partido, Eurípedes Junior [hoje em cana, amanhã livre leve e solto] pesam acusações de desvio de R$ 36 milhões além de se apropriar de um avião bimotor e um helicóptero avaliado em R$ 3 milhões.
Somente neste ano, fora o Fundo Partidário de R$ 1.2 bilhão, os candidatos a prefeitos vão torrar na campanha municipal R$ 5 bilhões oriundos do Fundo Eleitoral, 145% a mais da campanha de 2020, onde mais de 40% deste total é abocanhado por apenas três dos nossos 29 partidos políticos. O PL com R$886 milhões, o PT R$721 milhões e o União Brasil com R$537mihões, uma demonstração irrefutável do hipertrofiado sistema partidário brasileiro. No Brasil, simplesmente não existe regras nem limites, nem muito menos escrúpulos na hora sangrar os cofres públicos para se manter no poder. Isso num país com universidades em greve cobrando investimentos, faltando recursos para saúde e habitação e que não consegue fechar as contas públicas.
Quando em 2015, em plena era dos escândalos da lava-jato, o STF proibiu o financiamento privado de campanhas custeado por empreiteiras, bancos e empresas sob o equivocado argumento que essa prática desequilibrava o jogo democrático, o Congresso Nacional aprovou marotamente nas caladas da noite o Fundo Especial de Financiamento de Campanha Eleitoral (Fundo Eleitoral) que a cada dois anos faz a festa dos políticos e conta vai para o bolso do contribuinte brasileiro.
Como temos pleitos eleitorais a cada dois anos essas orgias eleitorais com o dinheiro público está garantida. Será preciso desenhar o porquê da ferrenha resistência do Congresso Nacional para unificar as eleições no Brasil?
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Essa farra com o erário público, originada de impostos do trabalhador e das empresas brasileiras tornou o Brasil o país que mais destina recursos públicos para campanhas eleitorais em comparação com as 25 principais nações do planeta. Tudo isso, fruto de um Congresso amoral que desrespeita o cidadão brasileiro manipulando o orçamento público para se auto beneficiar.
Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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