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Alexandre Costa

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Orgia com o dinheiro público

09/02/2024 às 19h33 • atualizado em 13/02/2024 às 16h44

Coluna de Alexandre Costa - (foto: Rodolfo Stuckert / Acervo Câmara dos Deputados)

Por Alexandre Costa – Os números astronômicos do disfuncional sistema de contas públicas brasileiras assustam até os maiores especialistas da área deixando em parafuso o cidadão comum que não consegue alcançar a real magnitude daqueles números e os impactos que representam na vida financeira de cada um.

Não é para qualquer um conseguir mensurar e entender que o Brasil atingiu em 2023 R$ 6,5 trilhões de dívida pública e um déficit primário de R$ 230 bilhões. Esta gastança desenfreada vem de um nefasto conluio dos três poderes da República que disputam entre si quem mais gastam, não em benefício da sociedade, mas em grande parte, em benefício de si próprio jogando luzes sobre a participação de cada poder da República nesta orgia desenfreada de gastos bancados pelo sofrido pagador de impostos brasileiro:

Poder Executivo: a luz vermelha acendeu quando o Tesouro Nacional divulgou estes preocupantes números das desorganizadas contas publicas do Brasil puxado por um déficit primário gigantesco de R$ 230 bilhões.  No fundo, o déficit primário é obtido por meio de uma continha simples que mede a diferença entre o que se ganha (receita) e o que se gasta (despesa) exceto os juros da dívida.  Foi com essa continha de gastar mais do que arrecada, que Lula presenteou o país no primeiro do seu governo este rombo bilionário, o pior resultado desde 2020, ano da pandemia de Covid-19, algo equivalente a 2,12% do nosso produto interno bruto (PIB).

Já essa nossa impagável e trilionária dívida pública que é a soma dos contínuos déficits primários ano a ano que vem se acumulando desde 2014, exceto em 2022, se constitui em fator fundamental para desestabilização de todas as nossas contas públicas, pressionando a inflação, aumentando a taxa básica de juros, gerando desemprego e paralisando a economia podendo jogar o país na bancarrota a exemplo que ocorre atualmente na Argentina.

Poder Legislativo: somos o segundo Congresso mais caro do mundo, o contribuinte brasileiro desembolsa por ano para pagar o sistema político brasileiro algo na ordem de R$14 bilhões, perdemos apenas para o parlamento dos Estados Unidos. O custo de cada congressista brasileiro [81 senadores e 513 deputados] chega a um valor anual na ordem de R$ 30 milhões, o que equivale a 528 vezes a renda média dos brasileiros. Um escárnio.

Poder Judiciário: somente no ano de 2022 o gasto total do judiciário foi de R$ 159 bilhões onde mais de R$ 100 bilhões foram torrados com altos salários turbinados por penduricalhos, e despesas obrigatórias, apenas R$ 2,9 bilhões foram alocados para investimentos. Esses números estratosféricos levou o país a liderar o ranking dos países que mais gastam com o Poder Judiciário, 1,6% do PIB. Esse gasto chega a ser quatro vezes a média de 53 países emergentes que gastaram 0,37% do seu PIB em 2021.

Percebo claramente que o orçamento do país foi capturado por uma elite de políticos e funcionários públicos, verdadeiros semideuses, que o manipulam a seu bel-prazer para se locupletarem e se manterem no poder delapidando os cofres públicos em detrimento da prestação de um serviço público de qualidade, tudo isso sob o olhar indolente da sociedade. Uma verdadeira orgia com o dinheiro da nação.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.


Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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