O Sousa é o sertão em campo
Por Francisco Frassales Cartaxo – O Sousa Esporte Clube sagrou-se tricampeão paraibano, este ano, ao derrotar o Botafogo de João Pessoa. A equipe sertaneja contabiliza, em sua curta trajetória, momentos de glória no âmbito estadual, na Copa do Nordeste, na série D nacional. Agora mesmo está na terceira fase da Copa do Brasil, feito raríssimo na história futebolística da Paraíba, hegemonizada por João Pessoa e Campina Grande. Enfrentará o RB Bragantino (SP), atual líder do Brasileirão e disputante da Sul-Americana.
O Sousa orgulha o sertão.
E tem mais, Reudesman Lopes, atento pesquisador do futebol, meu confrade da ACAL, me disse: os Abrantes que comandam o time do Sousa costumam formar o elenco com novos valores descobertos em garimpagem entre times daqui da região. O segredo é esse, Frassales, aliada a uma boa gestão familiar, acrescenta o autor da volumoso História de Futebol de Cajazeiras. E a grana, perguntei.
– Nunca ouvi falar que vem do “crime organizado”.
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Sousa e Cajazeiras são cidades rivais, à semelhança da rivalidade que perdurou entre Campina Grande e João Pessoa, sobretudo, quando Campina era considerada a “capital econômica da Paraíba”. Cresci ouvindo chistes e coisas sérias com Sousa e sua gente. No futebol então era um Deus nos acuda! É raro um jogo entre times de Cajazeiras e Sousa não ter briga. Vivenciei esse clima, que foi amortecido por morar fora da Paraíba há muitos anos, escapando da contaminação total, graças também a dois fatos.
O primeiro, ocorreu em 1954, quando das comemorações do centenário de elevação de Sousa à categoria de cidade. Festança cívica memorável, até me lembro de solene evento literário e musical, quando meu irmão, Constantino Cartaxo, declamou longo poema de mais de cem versos, de nosso pai, Cristiano Cartaxo, Ode a Sousa, do qual transcrevo o estribilho:
Salve, Sousa, neste dia/em que galhardos e ufanos/teus filhos te glorificam/ao completares cem anos./Cem anos como cidade,/mais de cem como Princesa/que tu és por natureza/dos sertões paraibanos.
A outra lembrança é também do mundo literário. Quando menino, ouvia intermináveis conversas de Deusdedit Leitão e meu pai sobre episódios e figuras das duas cidades. Vibravam com Letras do Sertão, revista que líamos ainda com cheiro de tinta! Dois cajazeirenses orgulhosos da publicação, marco na história cultural de Sousa.
Agora que o Sousa enfrenta, pela Copa do Brasil, o fortíssimo Bragantino, conclamo: todo apoio ao Sousa, a Paraíba e o sertão em campo!
Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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