O segundo turno das eleições municipais de 2024

Urna eletrônica - imagem ilustrativa - © Fábio Pozzebom/Agência Brasil

Por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira – Meus caros. O primeiro turno de nossas eleições municipais terminou e ficaram algumas eleições nas capitais, inclusive na nossa, e também em muitas outras cidades de grande porte, mas temos já os eleitos para as câmaras municipais. Deu o esperado. Com os fundos partidários, essa eleição serviu para eleger os preferidos dos eleitos pelos grandes partidos. O partido que mais elegeu prefeitos foi o PSD de Kassab, que é de centro direita, com ministérios no atual governo e defensor da reeleição de Lula; no restante, vêm os mesmos de sempre, como o PMDB, que é um aglomerado de interesses locais. Em suma, dessa eleição saíram os conservadores de sempre, e nada deve acontecer de grandes mudanças em nossa vida política que há por vir.

Nas capitais e nas grandes cidades onde haverá segundo turno, haverá equilíbrio entre as mesmas forças que se enfrentaram no primeiro: Uma Direita que cresceu, mas que não conseguiu ficar hegemônica (o presidente do PL afirmou que seriam eleitos 1.500 prefeituras no país e esse número chegou a pouco mais de 500), mas não se pode negar sua presença muito forte na nossa vida política nacional, e ainda disputa várias capitais e cidades maiores do nosso país.

Temos o caso de São Paulo, que vem a contestar a liderança antes inconteste de Bolsonaro, tendo inclusive o pé na porta do fenômeno Pablo Marçal na nossa Capital paulistana de uma forma que não pode de forma nenhuma ser negada. Foi o veneno destilado pela direita voltando para si mesma de uma forma levada a limites nunca dantes visto. Sempre existiram as más escolhas da esquerda radical, mas essas são geralmente afastadas pela própria população, que não quer saber de questões fora do contexto, como com a tal ”ideologia de Gênero” ou de outras questões secundárias quando seus filhos tem uma escola de má qualidade e sem uma garantia de segurança alimentar e de como manter seus empregos. O povo optou por pautas mais elementares e imediatas.

Na nossa capital, vamos ter a disputa entre Cícero Lucena e Marcelo Queiroga; uma disputa real entre a direita de um ministro de Bolsonaro e o centro do PMDB, com o apoio do Governador e do governo Federal, Os radicais de esquerda preferiram se omitir no segundo turno, enquanto até alguns bolsonaristas apoiam Cícero.

Tanto aqui quanto no resto do país, temos o crescimento da direita menos radical e a diminuição da esquerda radical, pois essa, assim com acontece na nossa vizinha Argentina, não “entregou” quase nada do que prometeu enquanto os moderados, mesmo contra toda a imprensa e o tal do “mercado” manter o constante bombardeio contra quem quer que seja que contrarie seus interesses.

Assim ficamos com a impressão de que o fenômeno da extrema direita xenófoba não chegou de forma avassaladora para mandar no nosso país, e temos que ter a ideia de que o judiciário como garantidor de nosso processo democrático que vai se consolidando.

Ou seja: Em minha opinião, tudo vai ficar numa pequena evolução. Nosso país sempre teve a tendência de optar pelo centro

João Pessoa, 15 de outubro de 2024

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Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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