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Alexandre Costa

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O psicólogo e a ponte

06/01/2025 às 19h06

© Bombeiros Militar/Governo do Tocantins

Por Alexandre Costa – O demorado e doloroso resgate das vítimas e desaparecidos no trágico desabamento da ponte Juscelino Kubistchek sobre o Rio Tocantins, na divisa dos municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), atestou a falência total do estado brasileiro em manter funcionado as suas rodovias por simples falta de manutenção e conservação de estruturas de engenharia rodoviária espalhadas por todo país.

‘A ponte estava condenada e ninguém fez nada, foi irresponsabilidade”. Assim reagiu o diretor da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas o engenheiro civil e professor da UFRJ Carlos Henrique Siqueira uma das maiores especialistas neste setor que ficou conhecido como o “pai da Ponte Rio-Niterói”.

O engenheiro Siqueira foi assertivo na sua avaliação. Em janeiro de 2020 o DNIT apresentou um detalhado relatório que a ponte apresentava cabos de aço de sustentação expostos e enferrujados com várias rachaduras no vão central, falhas que comprometiam toda a sua estrutura. Nada foi feito. Em maio de 2024 este mesmo órgão anuncia que licitação na ordem de R$17.000,00 para fazer estes reparos na ponte que foi declarada fracassada por falta de habilitação das empresas no certame.

Obvio que esta inoperância e descaso com o cidadão é marca registrada da grande maioria das empresas públicas brasileiras. Bem que se tentou resolver isso. Criado em 2001, na forma de uma autarquia, o DNIT-Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes veio com uma proposta inovadora para substituir o já caduco DNER- Departamento Nacional de Estradas e Rodagens, e com a missão desafiadora de reestruturar o sistema de transportes rodoviário, ferroviário e aquaviário do país.

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Até aqui nada de novo a inoperância e uso político das empresas públicas do Brasil, mas a tragédia, mais do que anunciada, serviu para desnudar as entranhas do modus operandi do DNIT-Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte uma autarquia federal incumbida de implementar e gerir a política de infraestrutura de transportes terrestre, aquaviários e ferroviário.

O que chamou atenção foi uma recente nomeação de um psicólogo de militância politica para Superintendência Estadual do DNIT no Maranhão em substituição um engenheiro de carreira. Nada contra os psicólogos, mas indicar um profissional inepto, sem qualquer vínculo com nenhuma área específica da engenharia, para uma superintendência estadual desta autarquia, representa a degradação do serviço público brasileiro e um desrespeito e descaso com vidas humanas que afronta a memória dos 12 mortos e 05 desaparecidos na tragédia que agora passa fazer partes das estatísticas, logo esquecidas, causadas por simples falta de manutenção em obras e estruturas de engenharia espalhadas por todo país. Novas tragédias virão.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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