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Saulo Péricles

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O problema da falta de vocações

21/10/2024 às 19h10

Coluna de Saulo Péricles - Foto: reprodução/pexels.com

Por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira – Meus caros. Basta de política já se acerta a de cajazeiras, e a visita do ex – presidente à nossa Capital não virou os rumos da campanha a favor de seu ex – ministro. Então vou mudar completamente o foco do assunto dessa semana.

Na missa de domingo, se falo na falta de vocações o para a carreira eclesiástica, que faltam os necessários “dignos pastores” para a grande messe que é tocar a Santa Madre Igreja. Mas aonde se poderiam encontrar essas vocações? Desde o advento da televisão, que nossos futuros sacerdotes vivem a serem bombardeados por uma série de chamados explícitos ou subliminares para uma coisa muito natural de qualquer ser vivo: a reprodução: e os novos vocacionados, especialmente os que já estão na era da comunicação via internet e com o acesso quase absoluto aos celulares, vivem, desde a mais terna infância a terem contato mais ou menos explícito, direto ou subliminar com o prazer que proporciona a reprodução humana, que não foi proibida no começo da cristandade, mas somente muito depois, quando os vícios da Igreja ficaram mais patentes, (os vigários, monsenhores outros cargos eclesiásticos passaram a serem herdados) e como havia grande oferta de quadros para a Igreja que não queriam participar das Cruzadas, se optou pelo celibato. Isso na alta Idade Média, em que haviam uma enorme profusão de frades e freiras e a Europa estava quase em colapso demográfico, o que se evidenciou com a peste Negra que começou de 1346, e em pouco mais de uma década matou 1/3 de toda a população da Europa.

Essa desgraça foi para os sobreviventes, uma bênção, pois deixou muitos campos férteis para serem cultivados, e sobras para serem vendidas, o que de uma maneira indireta favoreceu a reorganização da Europa como um todo, que culminou com a descoberta de um novo continente, as Américas, onde os europeus podiam se expandir de uma forma ilimitada. Os reinos de Portugal e Espanha, assim como os outros países da Europa, podiam prescindir de terras a serem disputadas com os mulçumanos. Então foram precisos sacerdotes em um número bastante para cristianizar a nova terra, e mandaram padres, que por sua vez, por estarem longe dos olhares de Roma, faziam eles mesmos suas próprias famílias. Tal fato é relatado no famoso livro Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre, em que cita um exemplo de um padre mineiro que teve nada menos do que 200 filhos. A castidade até o Império, não era muito observada pelo governo.

Somente com o advento de República e a separação do estado e a religião, é que o problema dessa falta de vocações começou a existir. Então se procurou compensa-la chamando para o sacerdócio os menos comprometidos com o sexo oposto. Deu uma quantidade de homossexualismo na Igreja, que até hoje não foi completamente resolvido. Depois se procurou os mais afastados dos meios de comunicação, mas na atualidade, esses meios de comunicação são acessíveis a todos.

Então, onde se buscar as novas vocações? Elas não estão nem estarão disponíveis. Agora se a Santa Madre Igreja conseguir que o padre seja uma profissão como qualquer outra, como fazem os evangélicos, em pouco tempo, as igrejas, hoje fechadas se abrirão, e a maré evangélica certamente entrará em refluxo, mas a estrutura mastodôntica da Igreja Católica acha inclusive que o Concílio Vaticano Segundo é uma Heresia e que todos os Papas de João XXIII para cá s na realidade antipapas. Acham que a missa deve ser em latim e o padre celebre de costas para os fiéis. `

Ainda temos um caminho a percorrer para chagarmos ao “aggiornamento” da Bíblia proposto pelo Papa Francisco. Enquanto isso, os evangélicos aqui e os mulçumanos na Europa vão nadando de braçada.

Nossa Igreja, fundada por São Pedro está em risco de extinção.

João Pessoa, 21 de outubro de 2024


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Saulo Péricles

Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Contato: [email protected]

Saulo Péricles

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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