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José Antonio

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O Parque de Exposição de Animais poderá ressuscitar

17/06/2022 às 20h43

Parque de exposição de Cajazeiras

Por José Antonio

A cidade de Cajazeiras tem que por fim, definitivamente, de ser chamada a “cidade do já teve”. Escrevi no ano de 1972, no Correio do Sertão, jornal que circulou em Cajazeiras, onde publiquei uma série de artigos fazendo criticas aos gestores de então e do passado que não lutaram bravamente para que a cidade não perdesse órgãos estaduais e federais e que não fossem destruídos seus prédios históricos.

Na época, o gestor municipal não ficou satisfeito com o que eu escrevi e fez de tudo para fechar o jornal, que também fazia outras críticas à sua administração.

E a cidade continuou perdendo órgãos e serviços: linhas aéreas, Junta do Trabalho, Receita Federal, Ministério do Trabalho, dentre outros e por várias vezes tentaram acabar com o Parque de Exposição de Animais Antonio Cartaxo Rolim, um espaço construído e inaugurado pelo filho da terra: Ivan Bichara Sobreira, no dia 19 de agosto de 1977, dentro das festividades alusivas à Emancipação Política de Cajazeiras.

Desde então a cidade sediava as suas famosas e históricas feiras de animais para alegria dos produtores de toda a região, com os bancos financiando centenas de cabeças de gado, ovinos e caprinos. O dinheiro corria solto.

Vivenciamos sete anos seguidos de seca, mas o Parque não perdeu sua função: foi ali, que em durante o governo de Ricardo Coutinho, que milhares de quilos de ração eram distribuídos, a preços subsidiados, aos criadores da região, além de nunca ter deixado de ser um ponto de encontro daqueles que negociam gados, ovinos, caprinos e porcos. Em alguns momentos foi para a UTI, mas sempre sobrevivia.

Sinceramente, me doía a alma e o coração, quando tentavam pô-lo por terra, principalmente para quem conhece de perto a história da conquista daquele espaço, que foi adquirido pelo prefeito da época, Antonio Quirino de Moura, em janeiro de 1976 e em abril estava nas mãos da prefeitura a escritura do terreno de 33 tarefas, o equivalente a 10 hectares, às margens da BR 230.

O prefeito Quirino deu inicio ao desmatamento do terreno, mas o próprio governador Ivan achou por bem mandar a SUPLAN realizar os serviços, sob o comando do Engenheiro Paulo Souto, que namorava uma cajazeirense, que veio a ser sua esposa, que era filha de Antonio Rolim Cartaxo, que foi o nome dado ao Parque de Exposição, numa justa homenagem a um dos grandes filhos desta terra. Antonio Cartaxo era filho do Coronel Sabino e neto de Antonio Joaquim do Couto Cartaxo, cajazeirense, que depois de Padre Rolim foi o personagem mais ilustre do século passado, que muito engrandece a história de Cajazeiras.

Como esquecer, desmerecer e apagar da nossa memória este fato? O Parque precisa sobreviver.

A inauguração do Parque foi na gestão do prefeito Francisco Matias Rolim, no seu primeiro ano de mandato. Esta obra é um dos símbolos maiores do amor de Ivan Bichara, enquanto governador da Paraíba, para com sua amada Cajazeiras.

Na época, nos intestinos do governo de Ivan, houve uma divergência com relação à criação do parque de exposição, sendo José Costa de Oliveira, presidente do FIPLAN, Fundação Planejamento da Paraíba que se opôs a ideia de Humberto Manoel de Freitas, que era o secretário de agricultura do estado, mas sob os olhares atentos de Francisco Sales Cartaxo, cajazeirense que ocupava a Secretaria de Planejamento e conseguiu quebrar as arestas antes mesmo de chegar aos ouvidos de Ivan Bichara. E o parque foi criado.

Basta o que fizeram recentemente com a memória de um cajazeirense que se doou integralmente à causa da educação e a única homenagem que fizeram pra ele foi dar o nome a um Centro de Ensino Supletivo Monsenhor Vicente Freitas: a fecharam e na época se tornou sede de uma Delegacia de Polícia.

Cajazeiras tem sido muito ingrata e tem sepultado seus grandes filhos, os filhos da terra, de raiz e de amor telúrico nos cemitérios do esquecimento. Não façamos isto com Antonio Cartaxo Rolim.

Precisamos fazê-lo funcionar em sua plenitude já que o agronegócio vem ganhando um poderoso lugar na economia do Brasil. A vez é agora, com um novo movimento em torno de sua utilização, levando pra ele a Feira de Animais, que é realizada todo sábado em frente ao Perpetão. A luta continua.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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