O mergulho no mar de lama da corrupção
O povo brasileiro está vivenciando uma das maiores crises de incredulidade por conta dos tenebrosos esquemas de corrupção, organizados por parte de alguns políticos os quais foram eleitos para representar este próprio povo.
Quando aconteceu a luta pelas “Diretas Já”, culminando com a eleição de Tancredo Neves em 15 de Janeiro de 1985, o divisor de águas na transição do regime militar e o estado democrático de direito, os brasileiros e brasileiras ainda não tinham cicatrizado as feridas provocadas pela ditadura militar já começavam a surgir as decepções, visto que um presidente eleito pelo voto direto, envolvia-se em esquema de corrupção, fato este que contribuiu para o movimento dos caras pintadas, nos quatro cantos do país gritando, “fora Collor”
Aconteceram no Brasil várias sucessões presidenciais através do processo democrático e mandatos razoavelmente de sucesso, no entanto, os escândalos aconteciam camufladamente (engavetamento de processos). Nas últimas décadas através da liberdade de investigação dos órgãos na área da justiça (STF, PF, MP e TCU) desvendou-se uma avalanche de corrupção no âmbito nacional. Mensalão e outros: sinal vermelho das investigações e a operação “Lava Jato” tornou-se atualmente a tônica no desvendamento dos escândalos no País. Pelo menos se antes tudo era jogado para debaixo do tapete, hoje, há oportunidade de se conhecer a os figurões integrantes desta ação ilegal que não se limita só ao campo político, mas com envolvimento de grandes empresas.
O modismo com os esquemas de corrupção se espalhou, o mau exemplo ganhou amplas dimensões: inventar empresas, superfaturar despesas nas construções de obras, desviar verbas, tornaram-se práticas “normais”, tudo objetivando o enriquecimento ilícito de alguns gestores públicos e uma meia dúzia integrante do seu grupo, os chamados “fraudadores do dinheiro público” desviando recursos para os seus patrimônios se tornando donos do alheio e negando o direito à população. Tem muita gente envolvida nesta nuvem negra.
O câncer da corrupção se alastrou no Brasil, tanto é que ninguém imaginava que municípios de médio e pequeno porte localizados no sertão da Paraíba estivessem inseridos no cenário da “vergonha nacional” e para a surpresa do sertanejo surge a operação Andaime, mais uma ação da PF no trabalho de investigação de prefeitos, ex-prefeitos e assessores municipais envolvidos em esquemas de corrupção e o dinheiro vindo dos cofres públicos “sumia” o resultado: obras inacabadas ou construídas com material de péssima qualidade, no entanto gestores e um grupinho de seus auxiliares se tornaram ricos do dia para noite, coisa de varinha de condão? Só nas estórias de fada.
Enquanto essa elite aproveita do erário público se fartando do dinheiro alheio desfrutando de glamour, pisando na miséria de uma grande parcela da sociedade carente de assistências e que teria o direito às prestações de serviço da edilidade, setores da saúde, a educação, segurança, infraestrutura ficam sucateadas, na ociosidade, sendo os habitantes obrigados a pagar caro uma dívida que eles não cometeram. Ninguém sabe onde vai parar tanto abuso com a coisa pública, num total desrespeito àqueles que têm seus direitos negados pelos que representam o poder público.
Os representantes do povo são eleitos para ficarem a serviço de quem os elegeu, então algum desvio que foge desta finalidade torna um governante inábil, fugindo das responsabilidades a quem lhes fora incumbidas. Qualquer pisada na bola é motivo para sérias reflexões; o momento é oportuno. Procedimentos e atitudes ilegais não podem se tornar comum. A consciência crítica pode despertar para esta realidade e fazer uso da ferramenta de transformação.
Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras – Setembro de 2016
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário