O Instituto Histórico no sertão

Instituto Histórico e Geográfico Paraibano

Por Francisco Frassales Cartaxo – O Instituto Histórico e Geográfico Paraibano esteve em Cajazeiras num gesto simbólico, mas carregado de ações concretas. O presidente, Jean Patrício, ao lado de Lúcia Guerra, Rui Leitão e José Nunes participaram, no dia 18 desde mês, de evento de notável significação para a secular Casa da Memória e para alto sertão da Paraíba. O foco dessa inusitada presença entre nós foi homenagear o historiador cajazeirense Deusdedit Leitão, confrade do IHGP e seu presidente na década de 1970.

Não foi só homenagem de auditório.

É verdade que o auditório do campus da UFCG estava lotado, mas a essência da comemoração era mostrar à sociedade sertaneja o resultado de demoradas articulações interinstitucionais, envolvendo três entidades educativas e culturais da Paraíba: a Universidade Federal de Campina Grande e Fundação Casa de José Américo e o próprio IHGP. Para quê? Para dar conhecimento de expressivo projeto que reunirá o valioso acervo deixado por Deusdedit Leitão. Não a juntada física de milhares de papeis, hoje dispersos naquelas três instituições, mas a digitalização de manuscritos, cadernos de apontamentos, livros, revistas, jornais, fotografias e um sem número de documentos que compõem riquíssimo patrimônio histórico.

Todo esse material, após receber tratamento adequado de conservação, ficará disponível aos interessados em pesquisas históricas, sejam instituições ou pessoas físicas. Isso facilitará o trabalho de todos. Facilidade tecnológica que Deusdedit não teve em sua época. E mais, ao retornar a João Pessoa, a caravana do IHGP levou em sua companhia um grupo de estudantes de graduação em História do campus de Cajazeiras da UFCG.

Eles não vão passear.

Enquanto escrevo estas linhas, os extensionistas sertanejos encontram-se em treinamento, manuseando o material doado pela família de Deusdedit, o que lhes permitirá desempenhar relevantes tarefas ao regressar a Cajazeiras. Isso após participarem de oficina, conduzida pela professora Lúcia Guerra, a respeito de acervos históricos e digitalização.

É fácil deduzir que a proposta do presidente Jean Patrício, de interiorizar o IHGP, não se restringe apenas à dimensão festiva. Vai muito além disso. Alcança o objetivo de propiciar maior integração de vasta área sertaneja, hoje repleta de centros de ensino médio e superior, com seus núcleos, públicos e privados, centenas de docentes, milhares de alunas e alunos. O passo seguinte é congregar essas instituições e, também, pesquisadores anônimos, espalhados no sertão paraibano.

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras

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Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]