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José Anchieta

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O fim

18/01/2012 às 20h47

                                           src=http://4.bp.blogspot.com/-9Cyos80c2JQ/TieuTjnjlOI/AAAAAAAAAfQ/EpCewSsqK7E/s1600/Luz+no+fim+do+t%25C3%25BAnel.jpg 

Muitos se questionam a respeito do “fim do mundo”.

Semana passada, conversando com um colega, fui abordado pelo tema. Quando o mundo vai acabar? Como ele irá acabar? Aí está a indústria apocalíptica a produzir filmes, documentários sobre profecias e sobre adivinhações, livros e todo um arsenal capaz de produzir e reproduzir nas mentes das pessoas as mais horripilantes cenas.

A preocupação com o fim é inata ao ser humano. Temos medo dele. Temos medo do fim de tudo e dele sentimos repulsa. É o fim do pacote de bolacha, é o fim do filme bom (porque será que a maioria têm um “final feliz”?), é o fim da taça de vinho gostoso, é o fim do que começou, é o fim da vida. Aquilo que impõe termo a uma caminhada nos assusta.

Quando será o fim? Ninguém sabe. Haverá um fim? Ah, sim, com certeza. A prova disto? O começo. Se este mundo começou – e é certo que ele começou, pois não é eterno – é igualmente certo que também acabará. Mas, quando? Pode ser amanhã, no dia 12 de dezembro de 2012 (de acordo com as supostas profecias maias), em 2036, quando, dizem, um meteoro gigante atingirá a Terra, ou, ainda, no dia 29 de outubro de 40.238. Ninguém sabe.

Então, quanto a isto, não temos muito com o que nos preocupar, pois sequer sabemos quando será. A preocupação deve ser outra. Cotidianamente, devemos nos perguntar pelo nosso fim, não tanto o fim do mundo, ou o fim das coisas, pelo nosso, o nosso fim, ou seja, a nossa morte. Melhor ainda, devemos nos preocupar com a forma como iremos morrer. Novamente melhoro minhas ideias. Não o modo como iremos morrer, mas, sim, o estado como iremos morrer.

Isto sim deveria ser o “pão-nosso de cada dia” das nossas lembranças. Todos iremos morrer. Disse acima que tudo o que começou terá um fim. Ora, se nós nascemos, também morreremos. As perguntas a serem feitas, então, deveriam ser “estarei em paz no dia da minha morte?”, “terei amado ao longo da vida, de modo a tornar a minha morte serena?”, “terei feito o bem, mesmo àqueles que me queriam mal?”, “perdoei meus inimigos?” e, ao meu ver, a pergunta mais importante, “busquei o perdão de Deus, depois de ter perdoado quem me odiou?”.

Poderá algum leitor estar se perguntando sobre o porquê desta reflexão, e até dela sentido enojamento, agora, em pleno começo, começo de ano, começo de semestre letivo, começo de tudo. Porque reflito sobre a morte? Ora, porque quero viver e viver bem. Pensar no fim serenamente, sem assombros, como fizeram os santos, por exemplo, o grande São Francisco de Assis, que chamava a morte de “irmã”, ajuda-nos a viver melhor, a viver bem, a tornar todos os dias como se últimos fossem, e a dar o melhor de nós em cada ação deste dia.

E, ao fim, à morte batendo na porta da nossa existência, teremos a certeza de que a vida está apenas no começo. Eis a eternidade, o único começo sem fim.

O que você faria, se soubesse que morreria hoje?

 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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