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Fernando Caldeira

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O Dilema de um Petista II

27/11/2009 às 08h00

Por Fernado Caldeira

No artigo anterior, comentei as dificuldades de adaptação do deputado Jeová Campos (PT) à vida governista que ele desfruta desde que Maranhão ascendeu ao poder por uma decisão da Justiça Eleitoral.

Essa difícil adaptação para um petista talhado nas lutas sociais para a oposição, a meu ver, pode custar-lhe o mandato conquistado em 2006. Até porque, diferente da anterior, a disputa agora é por um mandato federal.
Não fosse pela quantidade de votos necessários para a eleição, seria pela dificuldade de compatibilizar essa condição de deputado de governo às exigências e demandas populares levadas ao parlamentar sem condições de solvibilidade, aliada a dificuldades patentes de convívio com o candidato a deputado estadual Antônio Vituriano (PSC), e de problemas residuais graves advindos da disputa pela presidência do PT na Paraíba e em Cajazeiras. Vamos por partes.

Em relação a votação necessária para a eleição de deputado federal pelo PT paraibano, embasamo-nos na votação obtida em 2006 pelo único e até agora primeiro deputado federal eleito pelo PT da Paraíba, Luiz Couto. Naquele ano ele foi eleito com nada menos que 83.742 votos. Convenhamos, é bem mais que os 27.521 votos que naquela mesma eleição elegeram Jeová Campos à Casa de Epitácio Pessoa. São exatos 56.221 votos a mais que os obtidos pelo parlamentar cajazeirense para que ele tenha uma chance de ir para Brasília. Ou, se preferirem, é pouco mais que o triplo da votação por ele obtida naquela eleição. Tarefa hercúlea, não?
Afora isso, Jeová tem sido intensamente assediado de todos os lados por eleitores e correligionários ávidos pelas benesses do poder, como empregos, estágios, passagens, questões médicas, etc, tão solicitadas pelos que votaram em quem conquistou o poder, sem entretanto poder dar vazão à imensidão de pedidos que lhe chegam. Resultado: d e s g a s t e !

Para aprofundar o mar revolto em que navega a pré-candidatura de Jeová à deputação federal, compute-se, ainda, o sofrível convívio, para dizer o menos, que ele tem com o médico Antônio Vituriano (PSC), candidato a deputado estadual, com quem vai fazer dobradinha em Cajazeiras.

Engolindo um tremendo sapo para votar com “Vitu”, por ser pai do prefeito Léo Abreu (PSB), Jeová deixou claro que essa não foi uma escolha sua, mas “uma escolha exclusiva do prefeito”, afirmou em entrevista ao Trem das Onze no último domingo. Ou seja, Jeová aceita a dobradinha não pelo candidato, mas pelo filho dele, que por mera coincidência é prefeito! Pode dar certo uma coisa dessas?
Por fim, o parlamentar petista também vive um inferno astral dentro de seu próprio partido, na sua própria cidade. Venceu a disputa pela presidência municipal, é verdade, embora tenha perdido naquele município a disputa pela presidência estadual, mas ganhou consolidadamente uma forte oposição dentro de sua própria agremiação partidária a partir de Laurecy Pena Forte, Moreira Lustosa, entre outros. Quer dizer, Jeová tem oposição, e forte, dentro do próprio PT.

São considerações que fazemos embasados em fatos reais que não devem servir para desestimular, mas para acordar Jeová para a necessidade de rever seus entendimentos e seus conceitos em matéria de política. E quem sabe, melhorar sua assessoria. É sempre possível!

S O L T A S

*Informações vindas de Cajazeiras dão conta de que a petista Laurecy pena Forte está p…. da vida com Jeová e alguns outros petistas de Cajazeiras, por não lhe terem dado apoio na eleição pela presidência municipal do PT.

*Dizem até que ela ameaçou: “cuidado Jeová, senão eu conto tudo que sei!”

*E afinal, o que Laurecy sabe que não podemos saber?

*A propósito, o novo pres. estadual do PT paraibano, Rodrigo Soares, perdeu por um voto para Luiz Couto em Cajazeiras. E é porque tinha o apoio do dep. Jeová Campos!

*Por falar nisso, outra coisa que deve atrapalhar Jeová rumo a Brasília é a candidatura de Luiz Couto a reeleição, já que provavelmente ele não será mais candidato ao Senado Federal.

*O deputado Rômulo Gouveia pediu, em Brasília, a volta do escritório do IBGE para Cajazeiras, e o deputado major Fábio continua na luta pela aprovação da PEC 300, que favorece policiais militares e bombeiros.

*Neste domingo, o Trem das Onze entrevista o dep. Wilson Santiago (PMDB).


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Fernando Caldeira

Fernando Caldeira

Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

Contato: [email protected]

Fernando Caldeira

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Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

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