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Francisco Cartaxo

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O Desembargador Freitas

28/08/2024 às 19h30

Coluna de Francisco Frassales Cartaxo - Foto: reprodução/APL (Academia Piauiense de Letras)

Por Francisco Frassales Cartaxo – Pelo colégio do padre Inácio de Sousa Rolim passaram muitos jovens que, mais tarde, tiveram realce na vida religiosa, política, literária, no magistério, na magistratura, na medicina. A lista de alunos é grande. Escassos são os documentos conservados, dada nossa falta de apego à memória histórica. Deusdedit Leitão nos salvou, em parte, com sua dedicação de pesquisador. No livro, História da Faculdade de Direito do Recife, Clóvis Bevilaqua foi generoso ao traçar o perfil biográfico de seu sogro, José Manuel de Freitas.

Segundo Bevilaqua, antes de diplomar-se em Recife, em 1858, José de Freitas “iniciou os seus estudos preparatórios em Oeiras, então capital da província, aos treze anos e os foi, em seguida, continuar na cidade de Cajazeiras, na Paraíba, sob a direção do conhecido Humanista Padre Rolim. Em 1854, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife”…

Corrija-se logo o engano do mestre cearense de Direito Civil. Cajazeiras ainda não era cidade. Nem sequer vila, sede do município, o que só ocorreria em 1863, dez anos depois do jovem piauiense ter vinda estudar no colégio, quando Cajazeiras era apenas povoação do município de Sousa.

O desembargador Freitas, nome de importante rua em Teresina, desempenhou relevantes funções como a de promotor público em Caxias-MA, na magistratura do Piauí, onde foi juiz e desembargador. Brilhou também no jornalismo, tendo até mesmo fundado jornal. No campo político-partidário integra a bancada do Partido Liberal na Assembleia Provincial piauiense e, na Corte, como deputado geral. Quando a chefia do Gabinete de Governo estava sob o controle de seu Partido, ocupou ainda muito jovem a presidência da província do Piauí (1861-62). Duas décadas após, a do Maranhão (1882-83) e de Pernambuco (1884), onde aliás já residia, exercendo o cargo de juiz de Direito, vara dos Feitos da Fazenda.

Faleceu de mal súbito no Recife em 1887, com apenas 55 anos. Deixou estudos prontos ou inacabados, nos quais aborda temas jurídicos. José Manuel de Freitas é Patrono da Academia Piauiense de Letras.

Destaco esse aspecto muito particular: ele veio para o colégio do padre Rolim “concluir os estudos preparatórios”, iniciados em Oeiras. Ora, ali existia um colégio semelhante ao de Cajazeiras, fundado e mantido, também, por um padre, Marcos de Araújo Costa, na sua Fazenda Boa Esperança.

Disso falarei em outro artigo, com a colaboração de José Almeida, autor do livro, A lendária fazenda Acauã.

Sócio da Academia Cajazeirense de Artes e Letras


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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