O decreto de João e a “culpa da igreja”
O decreto emitido pelo governador João Azevêdo (Cidadania) na última terça-feira (23), o qual passou a valer a partir da quarta-feira (24) em toda a Paraíba, tem gerado bastante polêmica, principalmente no âmbito religioso. O executivo estadual liberou bares, restaurantes e lanchonetes para funcionar das 6h até às 16h; shopping centers podem abrir às 9h da manhã e ficar aberto até às 21h; salões de beleza, barbearias e segmentos semelhantes podem atender por agendamento; academias e escolinhas esportivas poderão ficar ativas até 21h; hotéis e pousadas terão restrições, mas poderão funcionar, além da construção civil que também poderá agir dentro da normalidade desde que obedeça às regras. No entanto, o documento exige o fechamento de 100% das igrejas católicas e evangélicas.
Pastores têm manifestado opiniões em suas redes sociais criticando a postura do governador. Na última quarta-feira (24), o pastor e também cantor Samuel Mariano, após se reunir com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressista), postou um vídeo no Instagram demonstrando sua insatisfação com a atitude de João Azevêdo. Ele disse que “a igreja está pagando pelo carnaval que ela não fez”.
Quem também publicou sua indignação foi o pastor Sérgio Queiroz, ele que é secretário especial do Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania, do governo Bolsonaro (sem partido). O pastor Sérgio disse que o fechamento das igrejas é uma medida inconstitucional.
Na realidade, a postura do governador é louvável quando ele demonstra a preocupação com o crescimento exorbitante da Covid-19 dentro do estado nesses últimos dias. Esse aumento, segundo as autoridades, é resultado das aglomerações realizadas durante o período de carnaval.
Uma coisa que os cristãos aprendem e procuram obedecer são os princípios bíblicos. A participação de fiéis dentro de uma festa como o carnaval é pecado, e todo cristão por mais frio que seja sabe disso. Mas, parece que no entendimento do nobre governador, a “culpa” desse aumento no número de infectados partiu das missas e dos cultos. Por que faço essa indagação? Porque todos os demais seguimentos tiveram restrições parciais em seu decreto, todavia, no caso das igrejas, a imposição foi mais séria, foram 100%, ou seja, não pode haver culto nem missa, nem que seja com distanciamento e com poucas pessoas.
Não entendi e nem entendo essa postura. Um bar é mais importante do que uma igreja? Nos shoppings centers tem menos aglomeração do que nas instituições religiosas? Serviços como salão de beleza, academias e tantos outros seguimentos, com todo respeito que temos a esses profissionais, são mais essenciais do que o tratamento psicológico e espiritual que as pessoas necessitam? Enfim, pelo visto, “a igreja é a culpada”. Acredito que, assim como Jesus “tomou sobre si as nossas dores”, a igreja durante esses 15 dias está levando a culpa de muitos.
Que Deus tenha misericórdia da Paraíba!
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