Não há milagres!
Por Fernado Caldeira
Ouvi certa vez do deputado federal, ex-ministro da Fazenda e Professor Emérito da Universidade de São Paulo, Antônio Delfim Neto, uma frase que me abriu horizontes nas análises econômicas superficiais que faço intimamente. Disse ele tentando explicar uma questão econômica nacional: “não há almoço grátis.”
Ou seja, o emérito professor nos dizia que por mais que pareça o contrário, alguém sempre paga a conta, e que nada neste mundo é de graça. Assim também, claro, na administração pública. Nada é de graça. Tudo tem um preço a ser pago!
E se é óbvia a afirmação, e realmente o é, ela se faz cada vez mais necessária até que se entenda, um dia, que por mais que não pareça verdade, o poder público não pode tudo.
Essa estória de que a Prefeitura não faz porque não quer, de que o Estado não executa porque não quer, e de que a Presidência da República não efetua simplesmente porque não deseja, é pura balela, mau caratismo ou completa ignorância.
Prefeituras, Estados e Presidência da República são instituições nacionais e, como tais, regradas ao ordenamento jurídico pátrio. Em outras palavras, por mais que possa parecer o contrário, elas têm que respeitar leis, normas e princípios.
Ora, o que vejo atualmente são administradores públicos “desgastados” porque não deram emprego a fulano, cicrano, beltrano e a mulher de seu Raimundo, como se isso fosse possível. Já está na hora do povo, do eleitor entender, que votar é um ato de cidadania e não comercial. Vota-se naquele que se entende ser o melhor, o mais preparado para dirigir os destinos de uma cidade, de um Estado e do país. Não para que, eleito, ele lhe dê um emprego, até porque isso é absolutamente impossível, em face da lei. E a lei, é bom também saber, submete a todos, inclusive prefeitos, governadores e presidente.
Ora, vir dizer que administrador ‘A’ tá ruim, não vai mais ganhar, não merece mais o voto, porque não me deu um emprego é ser completa e absolutamente ignorante. E se se quer ser, ótimo, mas que não se julgue negativamente quem administra no cumprimento legal.
Registre-se que aqui não pretendo fazer a defesa pessoal de qualquer administrador, mas de todos, indistintamente, que estejam penalizados pelo cumprimento do dever legal. É o preço que se paga pelo baixo entendimento político legal do nosso eleitorado.
Aproveito o caminho aberto para, ainda na linha de pensamento do professor paulista (“não há almoço grátis), lembrar aos navegantes que os atuais mandatários municipais, principalmente, e estaduais, inclusive, são comandantes de naus gravemente avariadas pela crise econômica mundial que, em seus redutos, reduziram substancialmente FPM´s e FPE´s, principais componentes de suas receitas no caso dos municípios, notadamente do Nordeste brasileiro, como se sabe.
Assim, melhor que esses mandatários se regrem pela bússola do arroz com feijão, ou seja, que façam administrações simples mas bem feitas. Em resumo: ruas limpas, iluminadas, pagamento em dia de funcionários e fornecedores e postos de saúde funcionando plenamente. Isso feito, temos uma boa administração.
O mais? O mais é ir à Brasília com projetos debaixo do sovaco tentar liberar recursos para obras.
Não há milagres!
S O L T A S
*O distanciamento Jeová-Vituriano, Vituriano-Jeová, só interessa aos adversários do prefeito Léo Abreu, em Cajazeiras.
*Não se sabe ao certo se o ex-prefeito de Cajazeiras, Carlos Antônio (DEM), vai disputar uma cadeira na Assembléia Legislativa. O martelo ainda não foi batido!
*A decisão de Carlos Antônio, a propósito, tem tudo a ver com o desenrolar dos (des)entendimentos Jeová-Vituriano, Vituriano-Jeová.
*O vereador Delzinho (PT/Cajazeiras) já definiu seus candidatos a deputado em 2010: Vituriano (estadual) e Jeová (federal).
*O vereador Marcos Barros (PSDB-Cajazeiras) também já definiu os seus: Zé Aldemir (estadual) e Wellington Roberto(federal).
*A direção do Sindicato dos Funcionários do Município de Cajazeiras (Sinfumc) continua a mesma: descumpridora do Estatuto daquela entidade. Uma vergonha!
*Jeová Campos: “Léo não pode permitir um governo patrimonialista.”
*O Prefeito Léo Abreu (PSB) é o entrevistado deste domingo (19) do Trem das Onze.(www.fernandocaldeira.com.br)
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