Na sombra de uma castanhola
Por José Antonio
Diz um velho ditado: “quando se está no poder, até o rabo do jumento é doce”. O fato mais importante da última semana, em Cajazeiras, mais precisamente na sexta-feira, dia 15 de julho, foi uma cena que há muito tempo não se via em nossa cidade, a não ser nos tempos da ARENA e quando o PMDB, que fazia oposição, quase não existia: os três grupos políticos juntos e misturados com o governador João Azevedo.
Neste dia, o governador João Azevedo, esteve em Cajazeiras para visitar obras da sua gestão e dar uma entrevista na Rádio Alto Piranhas, que estava prevista para ser de uma hora e acabou sendo de duas, ocasião em que os estúdios e as salas da emissora estiveram completamente lotados de líderes políticos, de gente simples e como não poderia deixar de ser, do povo.
Nesta ocasião, a “mistura” de grupos distintos da política de Cajazeiras, não foi muito notada, até porque o ambiente de cordialidade reinou durante toda a entrevista, e cada “inimigo político” ficou quietinho no seu lugar, mas quando da visita das ruas da cidade que estão sendo asfaltadas, o cenário esteve mais “carregado” e ainda, parte do povo, andou querendo vaiar alguns dos presentes.
Mas o fato é que há muito não se via três grupos políticos antagônicos de Cajazeiras, sob a sombra de uma castanhola, participarem de um mesmo evento e o patrocinador desta façanha se chama João Azevedo, candidato à reeleição ao governo da Paraíba.
Estes três grupos políticos formados pelo deputado estadual Júnior Araújo, pelo candidato a deputado estadual Chico Mendes, que se considera herdeiro dos votos de Jeová Campos, que fazia parte da base aliada do governo e rompeu e pela deputada estadual Dra. Paula e seu esposo, prefeito José Aldemir, que “aderiram” recentemente aos encantos do Palácio da Redenção e teve aprovação quase unânime da população, que vem observando que o resultado desta parceria entre a prefeitura e o governo do estado vem rendendo resultados excelentes para a cidade de Cajazeiras.
Porém, um fato importante vem se instalando nos intestinos do poder, em Cajazeiras. Antes, estes grupos subiam em palanques diferentes quando das eleições para o governo do estado, mas nesta eleição estão juntos e misturados, mas com um detalhe já publicamente sabido: não subirão no mesmo palanque quando dos comícios. Aí, vai entrar a sabedoria política de João Azevedo para contornar esta pendenga.
Tem outra questão, esta sim muita séria: a briga já começou pela divisão dos cargos, que depois das eleições vai ter outro grupo forte: Paula/Zéaldemir, que com certeza irá entrar nesta briga. Comenta-se nos bastidores que está havendo muita pressão junto aos detentores de cargos públicos para já declinarem em quem vão votar, senão vão ser “degolados”. Podemos considerar este fato como “cheiro de perseguição”? É preciso ter muito cuidado para não pegar a pecha de “perseguidor”, porque na história política de Cajazeiras, os que ganharam esta “medalha”, vivem hoje no ostracismo e esquecimento.
Quando Zé Maranhão foi governador, por causa da briga entre os deputados, Zarinha e Vituriano, só quem saiu prejudicado foi a cidade de Cajazeiras e com relação aos detentores de cargos públicos, como todos haviam votado em Zé Maranhão, ele deixou por conta das ondas do mar, até os dois se entenderem.
O povo que gosta muito de comício, com certeza vai ter logo três, com a presença do governador: no de Paula, de Junior e Chico Mendes, mas o bom mesmo é saber em qual dos três vai ter mais gente, no dia seguinte.
Em política é preciso muita sabedoria senão o rato mata o gato.
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