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Reudesman Lopes Ferreira

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Minha infância (Parte 1)

15/01/2022 às 08h54 • atualizado em 15/01/2022 às 12h02

Coluna de Reudesman Lopes. (Reudesman - Escola Carmelita - Foto: arquivo pessoal).

Por Reudesman Lopes

Autor desconhecido, com uma pitada de Reudesman

Nasci, em Cajazeiras, alto sertão, no interior da Paraíba, vivi uma infância rica, essa, na Rua Padre José Tomaz, na Praça do Espinho. Comecei meus primeiros passos, na aprendizagem, no Grupo Escolar Dom Moisés Coelho e a minha primeira professora foi dona Eldir Moreira. Logo fui para o Instituto Santa Terezinha da saudosa professora Zefinha Ricarte na Rua Padre Rolim, depois para a Escola Nossa Senhora do Carmo de dona Carmelita Gonçalves, daí para o Colégio Diocesano Padre Rolim e finalmente cheguei no Colégio Estadual de Cajazeiras.

Naquela época, havia nas escolas, notas azuis e vermelhas. Dessas, morria de medo. Os uniformes e material escolar eram comprados pelos nossos pais; no meu caso com muito sacrifício. O calçado era conga, bamba ou Kichute; as pesquisas das escolas eram feitas em bibliotecas públicas, vez que não havia celular. O trabalho era manuscrito e na folha de papel pautado, a capa era feita com papel sulfite. Tinha dever de casa pra fazer; a Educação Física com Marcos Pereira era de verdade, passávamos todo início de ano pelo teste de Cooper, ele não repetia uma aula sequer, tínhamos uma turma especial para apresentação de ginástica de calistenia, mas tínhamos carteirinha pra dizer presente, ausente e atrasado, ainda cantávamos o Hino Nacional no pátio antes de ir para a sala de aula, no Colégio Diocesano cantávamos também o hino de Nossa Senhora Auxiliadora.

Na escola tinha o Gordo; a Magrela; a Branca Azeda; Quatro olhos; a Baixinha; Olívia Palito; o Palitão; o Cabelo de Bombril; o Cabeção; o Negão; o Narigudo e vai por ai afora…Todo mundo era zoado, às vezes até brigávamos, mas logo estava tudo resolvido e seguia a amizade…Era brincadeira e ninguém se queixava de bullying. O lanche era levado na lancheira ou dentro de um saco de pão.

Época em que gordinho(a) era sinal de saúde e se fosse magro tínhamos que tomar o Biotônico Fontoura. A frase “peraí mãe” era para ficar mais tempo na rua e não no computador ou no celular…Colecionavam-se figurinhas, bolinha de gude, papéis de carta, selos! As brincadeiras eram saudáveis, brincávamos de bater em figurinhas… e não nos colegas e professores. Adorava quando a professora usava mimeografo e aquele cheiro do álcool tomava conta da sala de aula.

Na rua era jogar bola lá no campinho do grupo, na ladeira do cemitério, no campinho da “baixa” perto da rua do Gato Preto, nas calçadas da Travessa Eneias Bezerra ao lado do Grupo Dom Moisés Coelho, brincávamos ainda de queimado, sete pecados, preso solto, adorávamos andar no carrinho de rolimã, soltar pipa e ficar na rua até o horário marcado pelos pais para entrar em casa.

Coluna de Reudesman Lopes. (Praça de Espinho).


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Reudesman Lopes Ferreira

Reudesman Lopes Ferreira

Professor de Educação Física, Membro Efetivo Fundador da Academia de Artes e Letras de Cajazeiras, Escritor, Fundador do Museu do Futebol de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

Reudesman Lopes Ferreira

Reudesman Lopes Ferreira

Professor de Educação Física, Membro Efetivo Fundador da Academia de Artes e Letras de Cajazeiras, Escritor, Fundador do Museu do Futebol de Cajazeiras.

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