Meu presente
Qual o melhor presente para quem começa a desabrochar para a vida, ganhando maturidade e se anunciando com determinação de quem veio para ficar? A reposta pode ser simples e, ao mesmo tempo, complexa, sobretudo pela relevância e magnitude que o na aniversariante vem incorporando a cada semana. Com a despretensão de quem nasce pequeno e não se apercebe da pretensão que, paulatinamente, vai assumindo, ao ser o único veículo de comunicação impresso do sertão paraibano, festejar seus quinze anos não representa uma atitude simples, sobretudo, pela regularidade com que, semanalmente, sempre às sextas-feiras, revela o cotidiano da cidade e da região e, sem nenhum propósito a priori, constrói história.
Minha formação jornalística, desde as primeiras edições, apostava nessa empreitada, que teve uma decisiva participação do companheiro quase irmão Josival Pereira, um Dom Quixote que, lutando contra moinhos de vento, me ensinou a construir castelos de sonhos em concreto de possibilidades. Alimentada pela esperança de que teríamos um veiculo de comunicação com a capacidade de superar as limitações técnicas e humanas e registrar para a posteridade fatos e eventos de nossa cidade via o Gazeta caminhar. Movida por essa convicção aceitei com indisfarçado prazer, mas também com imenso receio da não aceitação, o convite de Zé Antonio para, no início da década passada, assinar uma coluna no Jornal. Por alguns anos, modestamente, busquei rabiscar, através das palavras, alguns toscos desenhos do dia a dia da cidade, de sua gente, seus dramas e tramas, bem como alguns punhados de memórias e histórias de minha cara Impueiras.
Entre os anos de 2006 a 2009 interrompi meus escritos pela exigência do doutoramento. Voltei em 2010 e aqui estou até hoje cultivando uns minguados leitores que aturam meus escritos.
Mas o Gazeta, nesses seus quinze anos, construiu comigo uma relação que vai além da paixão jornalística. O Jornal significou mais um elo de afeto entre eu e minha mãe, falecida em julho de 2012. Semanalmente, sempre aos sábados, ao chegar o sítio pra passar o final de semana com ela, o ranger de sua cadeira de balanço no alpendre de nossa casa de Impueiras antecipava a pergunta que se seguia após a bênção: trouxe o Gazeta? O Jornal foi um companheiro constante em tantas tardes de solidão e lembranças dos filhos ausentes, do esposo queiro já morto e de outros momentos de vida e histórias. Além da leitura do semanário, mamãe construía toda uma elaboração interpretativa das notícias, que comentava comigo.
Como então manifestar apenas um simples parabéns para o Gazeta do Alto Piranhas? Daqui da velha São Salvador, onde vim passar as festividades de Natal e Ano Novo matando saudades da irmã Mônica, dos sobrinhos Betina e Ian, e gozando da hospitalidade e afeto do cunhado Arcênio, um baiano arretado que se desmancha em amabilidades, trancei uma fitinha do Senhor do Bonfim das grades de sua Igreja e, entre pedidos e suplicas, pedi longevidade para o Gazeta, com o ardente desejo que, em suas páginas as palavras sejam mais que expressão de notícia. Mas parceiras para tantos que, como minha mãe, ocupam suas horas ociosas coma leitura do fatos e eventos de nosso dia a dia.
Axé para o Gazeta!
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