Março de tristes lembranças
Por José Antonio – Na história do município de Cajazeiras, no mês de março, relembramos datas que entristeceram a todos nós. Uma delas, no dia 9 de março de 1979, um desastre automobilístico, na cidade de Itabuna, na Bahia, vitimou Iracles Pires Ferreira, quando voltava de um passeio a cidade do Rio de Janeiro. Irácles era uma mulher dinâmica e exercia as atividades de teatróloga, radialista, jornalista e animadora cultural.
A morte de Iracles causou profundo impacto e abriu uma lacuna imprescindível no comando artístico e cultural de nossa cidade. Cidade que amava e se dedicava de corpo e alma em defesa de seus interesses maiores.
Ao sepultamento de Iracles compareceu uma multidão calculada em torno de 5 mil pessoas, ocorrido no Cemitério Coração de Maria, no dia 10 de março. Iracles era casada com o médico Valdemar Pires Ferreira, também estimado por todo comunidade sertaneja.
A ausência de Iracles ainda é comentada, principalmente nos dias de hoje, quando, infelizmente, as nossas atividades culturais estão com pouca produção e animação culturais.
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O Estado reverenciou esta mulher extraordinária, dando o nome ao teatro da cidade, construído pelo Governador Wilson Leite Braga de “Teatro Ica”, como era carinhosamente chamada por todos. Ica deixou muitas saudades. Vale cobrar que o Teatro ICA, que passou por uma grande reforma já está a precisar de vários consertos.
Outro dia fatídico, na vida da cidade e de todo o Sertão Paraibano, foi em 6 de março de 1982: morria em João Pessoa, atropelado por um automóvel o Monsenhor Vicente Freitas. Desolação, tristeza, luto e pesar. Estes sentimentos invadiram os lares sertanejos, por onde o Monsenhor trabalhou como padre e principalmente como educador e administrador.
Monsenhor Vicente era Cajazeirense, nascido no dia 2 de março de 1914. Ordenou-se padre em 22 de novembro de 1936, aos 22 dois anos de idade. Foi diretor do Colégio Diocesano de 1937 a 1939. Dirigiu o Colégio Diocesano de Patos. De 1945 a 1950 trabalhou em Pombal. De 1965 a 1969 foi diretor da Escola Técnica de Comércio de Cajazeiras, para em seguida ser diretor do Colégio Estadual de Cajazeiras, onde exerceu um extraordinário trabalho. Na administração do prefeito Francisco Matias Rolim foi secretário de educação do município, onde demonstrou sua extraordinária capacidade administrativa.
Quando faleceu exercia a direção da Rádio Alto Piranhas, que na época pertencia a Diocese de Cajazeiras e era Vigário Geral da Diocese.
O corpo de Monsenhor Vicente foi sepultado na capela interna de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, edificada ao lado esquerdo da nave central da Catedral de Nossa Senhora da Piedade.
Monsenhor Vicente ainda hoje é muito lembrado por todos os cajazeirenses. Era um homem do povo. Participava de todos os movimentos sociais, políticos, educacionais e culturais de Cajazeiras. Presidiu as solenidades comemorativas dos 100 anos de criação do município (1963/4), dos 50 anos da Diocese (1965) e do centenário da cidade de Cajazeiras (1972). Seus ex-alunos o têm como exemplo de homem íntegro e educador excepcional. Era um eterno apaixonado de Cajazeiras. Amava esta cidade com um profundo sentimento de júbilo, encantamento e sabedoria.
Era gostoso ouvir Monsenhor nas rodas que formava na Praça João Pessoa, quase todas as noites, para conversar com os amigos e admiradores. Quanta saudade, quanta falta. A cidade chora ainda, 42 anos depois, a morte do inesquecível padre Vicente.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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