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José Antonio

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Março de tristes lembranças

22/03/2019 às 09h37

Coluna de Fernando Caldeira

Na história do município de Cajazeiras, no mês de março, relembramos datas que entristeceram a todos nós. Uma delas, no dia 9 de março de 1979, passado 40 anos, um desastre automobilístico, na cidade de Itabuna, na Bahia, vitimou Iracles Pires Ferreira, quando voltava de um passeio a cidade do Rio de Janeiro. Iracles era uma mulher dinâmica e exercia as atividades de teatróloga, radialista, jornalista e animadora cultural.

A morte de Iracles causou profundo impacto e abriu uma lacuna imprescindível no setor artístico e cultural de nossa cidade. Cidade que amava e se dedicava de corpo e alma em defesa de seus interesses maiores. Era uma voz respeitada e ouvida.

Ao sepultamento de Iracles compareceu uma multidão calculada em torno de 5 mil pessoas, ocorrido no Cemitério Coração de Maria, no dia 10 de março. Iracles era casada com o médico Valdemar Pires Ferreira, também estimado por todo comunidade sertaneja.

A ausência de Iracles ainda é comentada, principalmente nos dias de hoje, quando, principalmente agora, as nossas atividades culturais estão em plena efervescência, com muita produção e animação culturais.
O Estado reverenciou esta mulher extraordinária, dando o nome ao teatro da cidade, construído pelo Governador Wilson Leite Braga de “Teatro Ica” e ampliado no governo de Ricardo Coutinho, em 2018. Ica deixou muitas saudades e um legado na área teatral.

Outro dia fatídico, na vida da cidade e de todo o Sertão Paraibano, foi em 6 de março de 1982: morria em João Pessoa, atropelado por um automóvel o Monsenhor Vicente Freitas. Desolação, tristeza, luto e pesar. Estes sentimentos invadiram os lares sertanejos, por onde o Monsenhor trabalhou como padre e principalmente como educador, construtor e administrador.

Monsenhor Vicente era Cajazeirense, nascido no dia 2 de março de 1914. Ordenou-se padre em 22 de novembro de 1936, aos 22 dois anos de idade. Foi diretor do Colégio Diocesano Padre Rolim de 1937 a 1939. Dirigiu o Colégio Diocesano de Patos. De 1945 a 1950 trabalhou em Pombal. De 1965 a 1969 foi diretor da Escola Técnica de Comércio de Cajazeiras, para em seguida ser diretor do Colégio Estadual de Cajazeiras, onde realizou um extraordinário trabalho. Na administração do prefeito Francisco Matias Rolim foi secretário de educação do município, onde demonstrou sua extraordinária capacidade administrativa.

Quando faleceu exercia a direção da Rádio Alto Piranhas, que na época pertencia a Diocese de Cajazeiras e era Vigário Geral da Diocese.

O corpo de Monsenhor Vicente foi sepultado na capela interna de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, edificada ao lado esquerdo da nave central da Catedral de Nossa Senhora da Piedade, em Cajazeiras.

Monsenhor Vicente ainda hoje é muito lembrado por todos os cajazeirenses. Era um homem do povo. Participava de todos os movimentos sociais, políticos, educacionais e culturais de Cajazeiras.

Não fora a insistência de Monsenhor Vicente Cajazeiras não teria comemorado os 100 anos da criação do município, que deveria ter sido feito em 1963, no governo de Otacílio Jurema, que não deu bolas para o fato, e aí entrou a liderança e a força que o mesmo tinha junto ao novo prefeito, Chico Rolim, isto já em 1964, a cidade viveu uma das belas festas já realizada na terra do Padre Rolim e foi ele que presidiu as solenidades comemorativas dos 100 anos de criação do município.

Monsenhor esteve ainda à frente das comemorações dos 50 anos da Diocese (1965) e do centenário da cidade de Cajazeiras, no ano de 1972, da qual fiz parte como Secretário Geral e como Presidente da Câmara Municipal de Cajazeiras, presidi a solenidade de enceramento no Teatro Apollo 11, com a presença de Ivan Bichara Sobreira.

Em 1972 Monsenhor foi eleito vice-presidente do Rotary Clube de Cajazeiras, tendo como presidente Pedro Lins de Oliveira, que após dois meses foi transferido para a cidade de João Pessoa e Monsenhor Vicente conduziu o destino do RC de Cajazeiras por dez meses e ao concluir deixou um legado de relevantes serviços prestados, não só ao tradicional clube, mas também a cidade de Cajazeiras, projetando-a em todo o Distrito 4.500, ao realizar uma Interclube, onde comparecerem rotarianos dos sertões da Paraíba e do Rio Grande do Norte, para discutir temas de relevância do semi-árido nordestino.

Seus ex-alunos o têm como exemplo de homem íntegro e educador excepcional. Era um eterno apaixonado de Cajazeiras. Amava esta cidade com um profundo sentimento de júbilo, encantamento e sabedoria.

Era gostoso ouvir Monsenhor nas rodas que formava na Praça João Pessoa, quase todas as noites, para conversar com os amigos e admiradores. Quanta saudade, quanta falta. A cidade chora ainda, 37 anos depois, a morte do inesquecível padre Vicente.

Sobre este cidadão existem fatos e episódios que precisam ser resgatados, principalmente os que se relacionam à sua fidelidade a igreja, como educador e principalmente quando esteve à frente de muitas lutas em defesa de Cajazeiras.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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