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Alexandre Costa

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Marcha à ré: IDH em queda

03/06/2024 às 16h22

Coluna de Alexandre Costa - © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por Alexandre Costa – Dados revelados nesta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), constante no relatório “Construir Caminhos Pactuando Novos Horizontes” mostraram uma acentuada e preocupante queda no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país no período pós-pandemia equiparando-o a níveis antes de 2012.

Criado em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, o IDH não é um medidor de felicidade e sim um índice que mensura não só o desenvolvimento econômico de um país, mas também aspectos sociais que vão desde a expectativa de vida, escolaridade, saúde, e renda per capta, retratando a qualidade de vida do seu povo numa escala que varia entre 0 e 1, quanto mais próximo do 1 maior o desenvolvimento humano de uma localidade.

O IDH do Brasil, segundo a ONU, vinha numa leve onda de crescimento da qualidade de vida do brasileiro passando esse índice de 0,746 em 2012 a 0,785 em 2019. Com o advento da pandemia da Covid-19 esses indicadores despencaram para 0,784 em2020 e 0,766 em 2021. Com isso as três áreas desse levantamento, educação, renda e expectativa de vida sofreram um forte abalo que redundou numa queda do IDH geral.

Ao longo de dez anos entre 2012 e 2021 o IDH brasileiro teve um avanço pífio passando de 0,746 para 0,766 com o Distrito Federal, mesmo registrando uma queda, de 0,825 para 0,814 conseguiu se manter como o maior IDH do país. Na outra ponta, na rabeira deste índice, aparece o Maranhão que apesar de ter registrado um aumento neste período se contrapõe ao DF, amargando o título do menor IDH da federação cravando um vergonhoso índice de 0,676. Neste mesmo período a renda per capta nacional caiu de R$759,11 para R$723,84 enquanto a expectativa de vida recuou 74,48 para 74,16 anos.

No ranking mundial de 193 países, o Brasil caiu duas posições passando da 87.ª para a 89.ª posição.  Em 2020, o Brasil estava na 84.ª colocação, com 0,758 de IDH, não retornando ainda ao índice de 2019, antes da pandemia, quando registrou um IDH de 0,766. Isso representa um retrocesso do nosso IDH o que equivaleria a indicadores seis anos antes da pandemia da Covid-19.

Evidente que a pandemia desmantelou nosso lento processo de avanço do IDH, constatação essa feita pela coordenadora do PNUD no Brasil Betina Barbosa: “O Brasil nestes dez anos se divide em dois tempos: um Brasil com uma tendência vitoriosa na melhoria consecutiva até 2019 do IDH brasileiro e, depois, o IDH sofre perdas com dois anos consecutivos da pandemia da Covid-19”.

Esses números do último IDH desnudam os nossos gritantes desníveis socioeconômicos que e nos impõe uma reflexão: como um país que ocupa a 9.ª economia do mundo e figura na 89.ª posição no ranking do IDH mundial ao lado de economias inexpressivas como o Azerbaijão e Colômbia?  Fácil à resposta: somos concentradores de renda e socialmente injusto. Temos muito a aprender.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

Alexandre Costa

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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