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José Anchieta

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Lançar as Âncoras em 2009

30/12/2009 às 11h24

Fim de 2008, início de 2009.

Tempo de retrospectiva e de novos propósitos. Momento de olhar para o interior e para exterior. Avaliar o que se passou no nosso mundo, mas também no mundo dos outros. Corrigir os erros e projetar o futuro com perspectivas de acertos.

O fim de um tempo pode causar medo, pois todo fim implica em novo começo. O que será de nós em 2009? Será que é este o ano, caro leitor, da sua ou da minha morte? Será que chegaremos a 02 de janeiro de 2010 vivos, ou com a saúde que gozamos no 02 de janeiro de 2009? Quais serão as nossas condições financeiras, afetivas, emocionais daqui a um ano? Quem pode responder a estas questões? Com certeza, nem eu, nem você, nem ninguém daqui.

Este medo é, de certa forma, salutar, pois, finitos e limitados que somos, coloca-nos em nosso devido lugar na sinfonia universal que entoa os mais variados sons de vida e de morte. Não somos donos do nosso futuro. Ele não nos pertence e não cabe a nós “prevê-lo”. Tantos se aventuram em predizer o futuro, baseados apenas e tão somente em sinais, às vezes acertando, às vezes errando feio. Risíveis são os horóscopos estampados nos jornais ou nos programas radiofônicos, a preencher tempo, que, como num passe de mágica, têm a pretensão de dizer o que fazer e o que deixar de fazer naquele dia. O melhor de tudo é confrontar mais de uma “previsão” e perceber as evidentes contradições.

Propósitos não significam previsões. Significam, sim, projetos de vida, que lançam no horizonte incerto da nossa existência âncoras seguras, mas também frágeis, que nos darão firmeza e estabilidade em fazer o que nos propomos.

E, projetar a vida, própria e a dos outros, requer muita responsabilidade. A vida exige necessariamente esta responsabilidade própria de sua natureza. Não se brinca com a própria vida, nem com a vida dos outros. Daí a necessidade de projetos. Projetos para o namoro, para o noivado, para o casamento, para a aquisição de bens, para a educação dos filhos; projetos para a entrada na faculdade, para suportar os anos de formação, com todas as suas dificuldades, para a formatura, para o exercício da profissão; projetos para a construção de uma sociedade mais igual, mais humana, sem desigualdades.

Pois a vida exige “logística”, exige “estratégias”. Viver sem planejar, mesmo sabendo da instabilidade do tempo que nos leva às vezes para onde não queremos, é o mesmo que navegar sem uma bússola, sem saber onde fica o norte, ou, na pior das hipóteses, estar à deriva, lançado ao mar sem nenhum motor, sem nenhuma segurança.

E, mesmo que a vida pareça insuportável, as âncoras (os propósitos) que lançamos no mar de instabilidade nos fixarão onde quisermos. Bom 2009 a todos.

Parabéns à Dra. Rogéria,

enfermeira-chefe a serviço da Prefeitura do Natal.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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