Há tempo para todo propósito: Parte II
Por Angelinne Cavalcante – Como forma de agradecer a todos pelo carinho e acolhimento que recebi na publicação do meu primeiro texto para esta coluna, hoje apresento a segunda parte dele.
Talvez muitos não conheçam, mas esta senhora da foto se chama Ivone Ferreira Caetano, primeira juíza e posteriormente primeira desembargadora negra do Estado do Rio de Janeiro. É inegável que a conquista da Dra Ivone constitui um símbolo e ao mesmo uma vitória para o povo negro no Brasil. Uma trajetória encorajadora sem dúvidas, e eu gostaria de chamar a atenção de vocês para um outro ponto.
Ivone só teve a oportunidade de cursar Direito aos 25 anos, quando muitos acham que já deveriam estar formados e ganhando dinheiro. Só conseguiu ingressar na magistratura aos 49 anos, quando muitos acham que já passou do tempo para qualquer coisa relacionada a estudo, transição de carreira ou qualquer outra mudança mais impactante, pois com esta idade já deveriam estar com a carreira totalmente estável, sendo inclusive referência naquilo que escolheu fazer, mesmo consciente de todas as variáveis capazes de alterar nosso destino.
Saiba que o tempo vai passar de qualquer jeito, quer você queira ou não. Cabe a você decidir como ele vai passar. Cabe a você decidir se sua idade será o único fator determinante para suas escolhas de vida. Não permita que terceiros decidam isso por você. Não permita que o medo do julgamento alheio te paralise.
A expectativa do fracasso já é um fracasso, porque o pessimismo e o temor de ser mal sucedido provocam uma natural inibição da nossa capacidade, nos tornando covardes para a vida e bloqueando nossas potencialidades. Não permita que os diversos obstáculos que você irá encontrar na sua jornada te impeçam de continuar firme, pelo contrário, tenha expectativa de vitória, porque é ela que abre nosso campo de visão ampliando nosso imaginário, é ela que nos permite captar os recursos disponíveis que nos levarão ao êxito.
Na realidade, o nosso desejo é que as provações fossem as menores possíveis, que as dificuldades para conseguir um objetivo fossem quase inexistentes. Mas a vida não é assim. Repare que com a mesma uva se obtêm o vinho e o vinagre. Temos de tomar uma decisão: ou escolhemos o vinagre da amargura ou preferimos o vinho da alegria.
A cada um de nós cabe fazer a sua própria e personalíssima opção. Aos 49 anos, uns pensam que já não há mais nada a fazer a não ser esperar o tempo passar, mas outros, aahh… outros aos 49 anos estão: derrubando barreiras, quebrando preconceitos, vencendo o sistema, se tornando exemplo de luta e de vitória, inspirando um povo e marcando a História de um país.
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