Gastança Desenfreada
Por Alexandre Costa – Sorrateiramente, a cada dia, vai se aprofundando no Brasil um fosso abissal entre as nossas autoridades dos três poderes constituídos da república e o nosso cidadão comum pagador de impostos. Falo de uma casta formada por políticos, magistrados, e burocratas da administração pública que se instalaram no poder em uma articulação em forma de conluio para sugar recursos dos cofres públicos para bancar seus privilégios, benesses e mordomias.
Somente no ano passado a Câmara Federal torrou R$ 34 milhões com aluguel de aeronaves, embarcações e carrões de luxo. Na liderança desta gastança com esses fretamentos aparece o deputado do PSD do Amazonas Sidney Leite, com “míseros” R$ 253 mil reais. Um escarnio.
No Senado Federal, até este momento, sem os dados da gastança de 2023 ainda não totalmente contabilizado, se sabe que aquelas excelências torraram só com passagens R$ 9 milhões. Já o com o famigerado “Cotão Parlamentar” [aquele que dá direito suas excelências cobrirem despesas com aluguel de escritório, pagamentos de assessores, pão de queijo e sorvete também] somente os três senadores governistas [Omar Aziz do PSD do Amazonas, Beto Faro do PT do Pará, e Chico Rodrigues do PSB de Roraima] levantaram a taça deste ranking cravando um gasto espantoso de quase R$ 2 milhões.
Na outra ponta, sem dó e pudor, o presidente da República, torra o dinheiro da nação rodando o mundo em viagens internacionais estéreis com uma comitiva gigantesca sempre hospedando nos hotéis mais caros a um custo astronômico se insinuando, aqui e ali, como um grande mediador de conflitos internacionais. Estaria o Lula buscando Premio Nobel da Paz? Embalado pela deslumbrada primeira-dama que com um propósito discutível de dar um “toque” de Brasil nos Palácios presidenciais, lula “queimou” sem pena, conforme o Portal da Transparência, entre sofá de R$ de 65 mil e tapete de R$114 mil e reformas no Palácio do Planalto e residências oficiais a bagatela de R$ 26 milhões.
Correndo por fora desta desenfreada corrida para coroar que gasta mais o dinheiro suado do pobre pagador de imposto brasileiro surge no apagar das luzes de 2023 o Poder Judiciário com presentinho de fim de ano: ressuscita o “Quinquênio” um entre inúmeros penduricalhos que permite aos magistrados um reajuste de 5% a cada cinco anos de serviço. Na decisão o Ministro Dias Toffoli determina a volta do penduricalho de forma retroativa ao ano de 2006, data que foi suspenso o benefício. Uma continha salgada de R$1 bilhão que vai para a conta dos pagadores de impostos brasileiros, mas que vai engordar os salários de alguns privilegiados magistrados em quase R$ 1milhão de reais.
Entendo que o mais que mais grave disso tudo não reside simplesmente na gastança desenfreada e sim na indolência da nossa sociedade que a cada dia perde a capacidade de se indignar e reagir a aumento desses privilégios e benesses aviltantes numa verdadeira orgia com o dinheiro do pagador de impostos brasileiro. Uma afronta ao cidadão que morre na fila do INSS, que não dispõe de um ensino público decente e que não sabe se uma bala perdida pode impedir sua volta pra casa. Até quando vamos continuar tolerando isso?
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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