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Edivan Rodrigues

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Futuro político de Cajazeiras

28/01/2011 às 10h31

É difícil descobrir os eixos principais do governo de Léo Abreu, nesses dois anos de vaivém. A falta de estratégia de ação é pior do que as sucessivas alterações no corpo de auxiliares. Aliás, uma decorre da outra, ou seja, muda-se (ou se remaneja) secretário como se troca fralda de criança porque falta rumo seguro na administração e na política. Não se luta com garra pela implantação de projetos estratégicos. Talvez sequer existam… E eles são fundamentais para balizar e consolidar o atual ciclo de crescimento de Cajazeiras, e propiciar um salto de qualidade.

Em dois anos, quase todas as secretarias mudaram de mãos. Algumas já foram ocupadas por três titulares! Restam poucas intocadas. O cenário administrativo de Cajazeiras parece com biruta de aeroporto que gira ao sabor dos ventos. A troca de secretários não obedece a uma visão de futuro capaz de mover as peças na direção de objetivos claros. E eles existem? Talvez. Não são, porém, os objetivos da comunidade, mas de grupos ou de interesses subalternos. Isso ficou claro desde a saída de Adalberto Nogueira da Secretaria de Planejamento. Adalberto cometeu erro de avaliação ao tentar corrigir tudo, e ao mesmo tempo, o caos acumulado desde sempre. Caberia ao prefeito, então, ajustar os excessos e estabelecer etapas de atuação corretiva. Não o fez. Preferiu afastar o secretário-símbolo da mudança, prometida na campanha eleitoral.

Se na esfera administrativa o quadro é assim, no campo partidário o vaivém se manifesta com igual vigor. Filiado ao PSB, por cuja legenda foi eleito, Léo Abreu anda a procura de quê? Não se sabe bem. No entanto, esse emaranhado vai revelando a desarticulação que provoca a desagregação da frente partidária construída a duras penas em 2008, e agravada desde quando Léo optou por eleger o pai deputado estadual, logo acostado ao, na época, imbatível Zé Maranhão. Pai e filho alcançaram o objetivo, muito embora com o travo da derrota em dose dupla: a de Maranhão e aqueles 89 votos a mais, obtidos em Cajazeiras pelo deputado José Aldemir.

Recordar é preciso. Em 2008, Léo Abreu passou a idéia de conquistar a prefeitura para instalar projeto político que não se limitasse a derrotar a situação dominante, chefiada por Carlos Antônio. Pretendia inovar a forma de administrar Cajazeiras tendo como referência o modelo, bem sucedido do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, seu correligionário do PSB. Em nome dessa plataforma de mudança o povo de Cajazeiras o elegeu. No entanto, mudança não houve. Na verdade, Léo trocou um projeto de longo prazo por outro, imediatista, rasteiro, tradicional, de futuro duvidoso, no qual o protagonista passou a ser o pai, Antônio Vituriano. Um retrocesso. A mudança deu com os burros n’água. E afogou-se de vez na adesão a Zé Maranhão. A mudança, que já andava esgarçada, foi jogada no lixo à beira da estrada.

Muitos fatores contribuem para o vaivém em que Léo Abreu se acha envolvido. A falta de tesão para governar é apenas um requisito. Embora seja fundamental, não explica tudo. A ausência de um projeto estratégico para Cajazeiras, este sim, constitui o fundamento que ajuda a entender o vaivém do governo Léo Abreu, inclusive as sucessivas mudanças no secretariado, processadas como se a gestão fosse uma biruta, girando sob o impulso do vento.
E o futuro de Cajazeiras? A Deus pertence, eu sei, mas na próxima semana espero dar uma mãozinha.
 

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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