Escola, professores, alunos, família e pandemia
Entre os dias do mês de outubro estão as homenagens aos professores que precisam ser mais valorizados e respeitados e as crianças, símbolo da pureza e leveza: que sejam mais protegidas e suas inocências preservadas. A volta das aulas presenciais neste mês também caracteriza mais um fato na história da educação brasileira; um passado negro e difícil que aos poucos está sendo superado.
Nas vertentes teóricas da pedagogia o aluno é considerado uma criança e são nas primeiras fases da vida: infância e adolescência o período para preparação como um ser pensante. No espaço escolar há um leque de possibilidades para o clima da aprendizagem em todos os aspectos da vida do aluno. Partindo das orientações nas aulas pautadas nas metodologias, concomitantemente com as condições estruturais da escola conduz das crianças para o crescimento intelectual, formação profissional, desenvolvimento participativo para futuros cidadãos. Em outras palavras é o “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser” nas palavras de Paulo Freire.
Os professores: facilitadores da aprendizagem, protagonistas do ensino com formação profissional, conciliada às práticas pedagógicas às leituras e pesquisas no aprofundamento do assunto a ser explanado na sala de aula, objetivando as soluções viáveis no enfoque a algo novo a ser conhecido pelos alunos. Além disso, a observação nas mudanças bruscas no comportamento dos alunos, nas problemáticas na sala de aula decorrentes da realidade familiar e o déficit de aprendizagem causado por distúrbios de ordem neurológica. É uma missão árdua, mas prazerosa e desafiadora. Diz Içami Tiba: ”Educar dá trabalho, mas um trabalho que dá bons frutos”(Içami Tiba).
A realidade familiar das crianças influencia de maneira sutil diretamente no comportamento das mesmas tanto para lado construtivo ou negativamente. É nitidamente o bom resultado na aprendizagem das crianças que são tratadas com atenção pelos pais:carinho, orientação e imposição dos limites, estas, têm bom sucesso na aprendizagem escolar, ao passo que a ausência desses atributos prejudicam no desempenho escolar das mesmas. O processo de formação da personalidade das crianças acontece na família sendo este o primeiro espaço de convivência; a escola é a segunda casa das crianças onde as mesmas manifestam as atitudes do convívio familiar.
Neste período pandêmico, a relação escola/criança/família ficou mais complicada e ao mesmo tempo interessante para a observação dos dois lados:a importância da escola, dos professores, da família para as crianças e em meio a esta turbulência aconteceu o reinventar nas novas estratégias de ensino do professor que em plena pandemia se desdobrou na preparação das aulas em situação remota ou híbrida para a realização das mesmas. O distanciamento social, a situação emocional de alunos e professores com as notícias de mortes dos seu familiares e amigos dificultou o processo do ensino e da aprendizagem.Talvez o retorno das aulas presenciais seja o momento para os aluno e os pais perceberem a importância dos professores e os alunos despertarem mais interesse para se dedicarem aos estudos nesta nova realidade.
O novo normal nas famílias, com as crianças em casa e fora da escola, gerou oportunidades para os pais ficarem mais próximo dos filhos, a conversação, e a afetividade deve ter acontecido, visto que muitas famílias cujos pais estavam muito distantes dos filhos morando no mesmo teto. Este período difícil que ainda não terminou, mas que está mais brando com as vacinas pode ter sido proveitoso com as transformações nas famílias e que perdure uma nova visão dos pais uma vez que são co-responsáveis no progresso escolar dos filhos. A rebeldia, a inquietude, a teimosia é uma resposta à distância dos pais em relação aos filhos e muitos adolescentes já se tornaram delinqüentes e adultos desequilibrados resultantes dos caminhos errôneos seguidos pela família.
Quantos pais em pleno pico da pandemia forçavam a volta das aulas presenciais porque estavam cansados com crianças em casa; a visão destorcida de que a ausência dos filhos seria motivo de alívio. Se muitos pais queriam fazer da escola depósito para se verem livres dos filhos ficaram no caminho errado, se parte da aprendizagem ficou comprometida na pandemia; a escola fez muita falta, porém não é culpa dos professores nem da escola. Os relatos de que os professores estavam de férias: em casa, é desinformação, pois os mesmos estavam trabalhando e se esforçando para garantir o sucesso da aprendizagem dos alunos. A sociedade precisa entender que o Sistema Educacional Brasileiro não estava preparado para as adversidades causadas pela pandemia.
É num clima de harmonia que deve acontecer o trabalho das duas instituições: escola e família através do diálogo colaborativo e construtivo na solução dos problemas entre as respectivas instituições na direção do enriquecimento e desenvolvimento para a formação educacional das crianças, pois uma parte é oferecida pela escola somada ao equilíbrio da personalidade cujo alicerce é da família.
Que a relação família/escola seja na paz. A paz começa pela justiça. A justiça acontece com a visão compreensiva de que os professores e a escola num todo estão cumprindo com o seu dever. Criticar aleatoriamente é ”grande ignorância”.
Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras, 26 de Outubro de 2021
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