Ela voltou
“É a inflação de volta em alto estilo no alto dos seus dois dígitos. Uma Tragédia!”
O estrago causado na economia do país pela pandemia da COVID-19 começa a se materializar em números. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador econômico que afere o desempenho da inflação no Brasil, divulgado nesta semana pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acendeu a luz vermelha para os especialistas e analistas de mercado que se debruçaram sobre a alta da inflação, de 0,89%, no último mês de novembro, a maior registrada para o mês desde 2015 e a alta dos preços acumulada nos últimos 12 meses de 4,31% rompendo a barreira dos 4% meta estabelecida pelo o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Considerando a emergência sanitária que atravessamos, que desmantelou nossas cadeias produtivas, aliada a alta da cotação do dólar, o desarranjo nas contas públicas, que provocou uma disparada nos preços dos alimentos, era previsível chegarmos ao fim do ano com mais um desafio, a ser enfrentado e vencido em 2021, domar um velho dragão que vinha adormecido há 26 anos: a inflação!
Apesar desses indicadores não serem nada comparáveis com os da época da hiper inflação dos anos 1980 da era Sarney, eles merecem atenção e monitoramento contínuo, pois, se comparado com outro indicador similar, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que afere o consumo das famílias com renda de 01 a 05 salários mínimos, a inflação foi ainda maior.
Em novembro deste ano foi de 0,95% e para os últimos 12 meses chegou a 5,20%. Se imaginarmos um cenário que a inflação mensal não caia e se estabilize nos 0,95%, de novembro passado, e projetarmos esse índice para os próximos 12 meses, teremos uma inflação anual 11,40%. É a inflação de volta em alto estilo no alto dos seus dois dígitos. Uma Tragédia!
Ou seja, nessa escalada inflacionária, os mais prejudicados, como sempre, são os consumidores de menor renda, porque a alimentação tem o maior peso em seu orçamento. Por décadas, a inflação fustigou o Brasil como um dos seus principais problemas econômicos. Preços inconsistentes, moeda volátil e a falta de previsibilidade com os rumos do país destruíam nosso ambiente de negócios até a chegada do Plano Real, em 1994, uma verdadeira obra prima de engenharia financeira, que domou a inflação, estabilizou a moeda, conseguindo alinhar o país com as maiores economias do mundo moderno.
Estamos diante de um momento crítico, que somente será dissipado com o advento da vacina contra a COVID-19, algo para ser totalmente efetivado, talvez, no segundo semestre de 2021. Hoje, a prioridade é a vida. A meta é continuarmos a todo preço a concentrar esforços para salvar os brasileiros e Brasil. E a inflação? A inflação nós já a derrotamos uma vez. Voltaremos a derrota-la!
Alexandre
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