E tome promessa

Claro que numa campanha eleitoral os que a disputam têm que apresentar suas propostas. É através delas que esclarecem a população sobre suas intenções governamentais e, desta forma, conquistam o eleitorado. Até aí, nada demais.

O perigo, contudo, está em duas situações: quando essas propostas são inexequíveis, ou seja, não podem ser tornadas realidade porque são impraticáveis temporal, legal ou financeiramente, e quando se parte pura e simplesmente para as famosas e levianas promessas. E este me parece ser, infelizmente, o caso do governador José Maranhão (PMDB).

Acreditando ou levado a crer por sua assessoria que seria tranquilamente reeleito em 1° turno, Maranhão parece estar zonzo como um pugilista quando leva um direto no queixo, que não esperava, e agora enfrenta, para ele, um inacreditável 2° turno, atordoado “dando socos a esmo.”
Só posso tomar desta forma o tudo ou nada em que se transformou a candidatura peemedebista.

De uma hora pra outra, depois de 10 anos a frente da administração pública paraibana, e em pleno 2° turno de uma campanha eleitoral, Maranhão é tomado de um surto de bondade e começa não a propor, o que já seria intempestivo pra quem já governou tanto tempo, mas a prometer, pura e
simplesmente, o que jamais sequer propôs.

No rol dessas messiânicas promessas, fruto do desespero de quem já se julgava reeleito, o governador/candidato disse que vai pagar aos militares da PM e do Corpo de Bombeiros, o mesmo que lhes seria pago em todo o Brasil, caso o Congresso Nacional tivesse aprovado a PEC 300, como era a intenção e a luta do deputado federal Major Fábio (DEM-PB).

Acontece, meus amigos, que nem Maranhão como governador, nem o seu partido, o PMDB, nem o seu aliado PT, apoiaram tal proposta. Ao contrário, fizeram lobby e votaram contra o aumento desses salários, em obediência cega ao Palácio do Planalto.

Vir agora prometer aumento salarial anual aos servidores públicos, vir agora se comprometer em convocar os concursados, vir agora dizer que vai pagar a PEC 300, tendo tido 10 anos de administração para fazer e não fez, não é proposta em que se possa acreditar.

É promessa eleitoreira de quem há 10 anos governa a Paraíba e diz o que não faz, e só faz o que não diz.

S O L T A S

*Depois de contados os votos, todos, os que efetivamente trabalharam na campanha e os que só fizeram que trabalharam, disputam a hegemonia da vitória. É o tal negócio: “a derrota é órfã, mas a vitória tem muitos pais.”

*Falar nisso, é preciso que as coordenações das campanhas fiquem atentas para essa questão. Afinal, o mérito deve ser de quem esteve na linha de frente, não de quem ficou escondido em casa e só saiu para a carreata da vitória.

*Até fechar esta edição, já eram 13 o número de prefeitos que romperam com Maranhão e aderiram ao candidato Ricardo Coutinho. Afora o deputado Pedro Medeiros, que igualmente deixou o ninho maranhista e retornou ao recanto dos girassóis.

*O prefeito Léo Abreu fortaleceu muito a sua provável candidatura de reeleição com a eleição do seu pai, médico Antonio Vituriano, para a Assembléia Legislativa. Mostrou força!

*O ex-prefeito de Cajazeiras, Carlos Antonio, denuncia que o grupo do candidato Maranhão está tentando comprar adesões por até 150mil reais. O TRE vai fazer alguma coisa, ou olimpicamente ignora mais essa evidência?

*Domingo tem Trem das Onze, pela Rádio Alto Piranhas de Cajazeiras, às 11h (www.fernandocaldeira.com.br)
 

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Fernando Caldeira

Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

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