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Radomécio Leite

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Déficit de hospedagens

16/11/2009 às 23h54

Por José Antonio

Cajazeiras, oito de novembro, cinco horas da manhã, centenas de jovens procuravam, feitos umas baratas doidas, por um lugar onde tomar café. Os hotéis todos lotados. Casas de famílias e de amigos e até de desconhecidos e casas alugadas foram a salvação de muitos estudantes que vieram fazer o vestibular em Cajazeiras para os cursos que a Universidade Federal de Campina Grande oferta no nosso Campus.

3.858 se inscreveram para as vagas ofertadas no Centro Universitário de Cajazeiras e para realizar as suas provas em nossa cidade o número de optantes foi 3.550 e faltaram 255, o que significa dizer que 3.295 vestibulandos circularam pelas ruas de Cajazeiras durante os dias 8 e 9 de novembro.

Vale ressaltar, que antes da criação dos cursos de Enfermagem e Medicina, não havia esta avalanche de inscritos e não ultrapassavam a casa de dois mil. Neste concurso somente o curso de medicina inscreveu 1.877, enquanto enfermagem foram 641, que totaliza, somente na área de saúde 2.518 inscritos, enquanto para os cursos de Ciências, Pedagogia, História, Letras, História e Geografia o número de candidatos foi de apenas 1.340.

A capacidade de hospedagem de Cajazeiras é de 402 leitos, distribuídos em oito hotéis. Considerando-se apenas 30% dos inscritos sejam de outras cidades dá um total de 1.065 e fica a pergunta: onde ficaram hospedados os outros 663 vestibulandos? Informações dos próprios donos dos hotéis da cidade dão conta de que os de São José de Piranhas, Sousa e Brejo das Freiras também ficaram lotados. Vestibulandos que residem até 200 quilômetros, depois da prova voltavam para as suas casas. Que transtorno!

Um outro aspecto relevante é o serviço de bares e restaurantes, porque também, a maioria não se preparou para o boom do vestibular: somente o restaurante do Hotel Gravatá, que hospedou 122 estudantes de Fortaleza, Crato e Juazeiro do Norte, serviu 1.000 refeições nos dois dias.

Infelizmente não despertamos e não temos ainda o alcance do momento em que vive a nossa cidade, neste profundo processo de transformação e crescimento, impulsionado principalmente pelo setor educacional, cuja tendência é de ampliação de ofertas, com a breve instalação do novo curso de medicina da Escola Santa Maria e a conclusão do ingresso, dentro de quatro anos, dos 600 alunos do curso de medicina da UFCG. Vislumbra-se, que só na área de medicina, teremos nos próximos oito anos nada menos do que 1.200 acadêmicos e cerca de 240 professores-médicos. E esta é a pergunta que se faz: Cajazeiras está preparada para tamanho desafio?

Cabe perfeitamente, dentro das discussões, na proposta de instalação de um Fórum Permanente de Estudos sobre Cajazeiras, a inclusão da oferta do número de leitos nos hotéis de nossa cidade, de restaurantes, cafés e bares. Vislumbram-se novos investimentos neste setor pela iniciativa de alguns empresários. Mais recentemente tivemos o inicio das atividades da Pousada Papa-léguas, às margens da BR-230, com capacidade para 50 leitos, com café da manhã, e esta construção tem uma demanda específica e atende mais aos viajantes e motoristas. As instalações são modernas e confortáveis.

Vem aí a segunda etapa do vestibular e talvez fosse o momento, com a ajuda das entidades, da universidade e do poder público municipal, prepararmos uma “recepção” aos vestibulandos, até porque no futuro os que forem aprovados passarão, entre quatro e seis anos, sendo nossos “hospedes”.

Cajazeiras, nos dias atuais, tem cerca de 10% de sua população formada por universitários matriculados na UFCG, no CEFET, na Santa Maria, na São Francisco e FAFIC. Não temos ainda mensurada a importância que representam na economia do nosso município. Quem sabe não tem aí algum mestrando ou doutorando atrás de um tema para uma tese, para concluir o seu curso, não se interesse em fazer este estudo?

Para quem tem dinheiro sobrando na poupança, quem sabe não é chegada a hora de investir neste promissor setor de prestação de serviços, no ramo da hotelaria? Vale a pena apostar! Não esqueçam: vem aí: o minério de ferro, petróleo e as águas do São Francisco. Quer mais motivos para investir? Acho que estes já bastam. É só ter coragem.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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