Debates eleitorais IV: a necessidade de olhar para o futuro
O que aconteceu de diferente no município de Cajazeiras, nos quatro últimos anos, que o projetasse para um futuro promissor? Este talvez seja um tema digno de um debate entre e com os candidatos a prefeito de nossa cidade.
Falta-nos, talvez, a percepção que o mundo em que vivemos é outro e percebo que temos uma apatia social abundante e uma escassez permanente de uma discussão política mais profunda sobre o nosso amanhã.
A cidade com tanta tradição na educação pasme, não tem uma escola pública municipal que seja referencia, com nível de excelência, diferenciada e que se destaque na qualidade de ensino. Para comprovar esta deficiência basta passar os olhos nas estatísticas oficiais sobre a nossa posição no cenário estadual e mais “preocupante” ainda é se compararmos com os municípios que estão no topo do pódio, em outros estados da federação.
O destaque principal de nosso município é no número de famílias que recebem a “Bolsa Família”, programa social do governo federal destinado às famílias que vivem em “extrema miséria”: somos mais de oito mil.
Este programa tem sido a salvação de nossas famílias, porque um estudo divulgado nesta quinta-feira (19) pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostra que, entre 2003 e 2009, a pobreza no Brasil caiu 36,5%. Segundo a OIT são consideradas pobres aquelas pessoas cuja renda fica abaixo de meio salário mínimo. A OIT dedica especial atenção a Bolsa Família, que entre 2004 e 2011, a cobertura dobrou: passou de 6,5 milhões de famílias beneficiadas para 12,3 milhões. Vale ressaltar que é no Nordeste onde está o maior índice de pessoas extremamente pobres, ou seja, 59,1% do total nacional.
Enquanto o índice da extrema pobreza no sul é de 2,6% da população, no nordeste ela é de 18,1%. Não temos os números deste índice com relação ao nosso município, mas com certeza é maior do que os 18,1% da região nordeste.
E qual a nossa atitude diante de tão grave quadro social? Vivemos acomodados, de braços cruzados e esperando o tempo passar. E o tempo vai passando e não temos ouvido um único grito contra este estado de miséria que vive uma parcela valiosa de nossos munícipes. Será possível que vamos continuar, indefinidamente, nesta situação e sem vislumbrarmos perspectivas melhores?
Sentimos a necessidade de olhar para o futuro, com mais geração de emprego e renda para que as famílias que vivem sob o “teto” e do amparo dos programas sociais do governo federal se libertem e se tornem cidadãs.
Infelizmente, do ponto de vista político-partidário, os agentes políticos no nosso município perderam a vitalidade, não existe uma centralidade de ações e vive uma desconexão entre o posto e autoridade, um vazio entre o povo e seus lideres e estão a quilômetros de distancia dos anseios maiores desta gente.
Em pesquisa recente, 80% dos entrevistados responderam que o principal problema de Cajazeiras é na área de saúde. Mas a falência da saúde pública não é privilégio só do nosso município, mas do Brasil inteiro. Mas será que com tantos recursos não dava para diminuir os graves problemas que temos nesta área?
Sinto que a minha Cajazeiras perdeu o foco. Qual o símbolo que defendemos? Qual é o nosso combate hoje? Nenhuma conquista é graciosa, sem luta. Como podemos ter um futuro melhor e glorioso sem sacrifício?
O município vive, nas últimas décadas, num estágio de quase completa falência de líderes a nível estadual e nacional. Qual a força e o prestigio que temos junto aos poderes do Estado e da República? Quando vamos eleger um deputado federal? Já fomos o quarto município da Paraíba, hoje somos o sétimo. Precisamos olhar para o futuro com uma bandeira a altura das tradições e das lutas de nosso povo e reconquistarmos o que perdemos.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário