Dançando à beira do abismo
Por Alexandre Costa – Pressionado pelo crescente aumento da dívida pública, que segundo projeções do boletim focus do Banco Central tende a chegar até o fim do ano a 80% do PIB, algo em torno de quase R$ 9 trilhões, finalmente técnicos da área econômica do governo, somente depois de 22 meses de mandato do atual presidente acenderam a luz amarela sobre os nocivos impactos do descontrole das despesas públicas que corrói por dentro toda nossa economia.
Este alerta partiu dentro das próprias entranhas do governo quando a ministra do planejamento, Simone Tebet numa entrevista ao jornal Folha de São Paulo disparou: “Chegou a hora de levar a sério a revisão estrutural de gastos”. Ah! Então depois de quase dois anos de governo o controle com gasto público não estava sendo levado a sério? Isso seria uma “mea culpa” da ministra ou uma estocada no seu chefe imediato. Evidente que esse desabafo da ministra Tebet teve endereço certo.
É público e notório que esta postura equivocada e perniciosa de equilibrar as contas públicas via exclusivamente aumento de impostos é ferrenhamente defendida a unhas e dentes pelo nosso presidente. Um equivoco econômico grosseiro, tentar tirar as contas do vermelho sem cortar despesas, um erro elementar que agora leva o governo correr atrás prejuízo, algo que poderia ser feito por meio de uma intervenção lenta e gradual logo nos primeiros meses de governo.
A birra e a falta de vontade do presidente em encarar o problema enxugando despesas da maquina governamental para criar um superávit fiscal que lhe permitia promover o desenvolvimento econômico do país e cumprir compromissos de campanha, começou a cobrar um preço politico para sua reeleição em 2026. A inexistência deste espaço fiscal colocou o governo numa camisa de força, impediu a isenção de imposto de renda dos trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais e inviabilizou a sua maior promessa de campanha de 2022.
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O bem-intencionado Ministro da Fazenda, Fernando Haddad tenta se equilibrar no fio da navalha ao tentar incansavelmente convencer o presidente da necessidade de cortar gastos públicos ao mesmo tempo, ter que agradar e se submeter à política suicida do chefe, pois, faz parte dos quadros do seu partido.
Lula insiste em dançar à beira do abismo, pagando um altíssimo preço por ter virado as costas para implantar a reforma administrativa, combater os super-salários, manter reajustes do salário mínimo acima da inflação, que explode as contas da Previdência Social, e não eliminar as fraudes nas políticas públicas que redundaram num rombo fiscal, que se não for contido, pode inviabilizar seu governo. O mercado não perdoa. Desarranjo nas contas públicas no Brasil não termina bem, custou a cabeça da Dilma e pode encerrar a carreira política do Lula.
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