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Radomécio Leite

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Curso de Medicina: a medalha olímpica da educação

10/08/2010 às 22h06

Na Olimpíada da Educação de Cajazeiras, a última Medalha de Ouro conquistada foi a do Curso de Medicina, uma maratona de 60 anos, iniciada pelo médico João Izidro Pereira e dentre os inúmeros participantes, ao longo de cinco décadas, quem chegou ao Podium foi o Reitor Thompson Mariz, da Universidade Federal de Campina Grande, que tem feito de tudo para consolidá-lo e todos nós sabemos que não é uma tarefa fácil e ela se torna mais difícil quando encontramos obstáculos entre os que fazem parte do projeto.

Infelizmente, é do domínio público, que alguns alunos matriculados neste curso, estariam praticando ações que levariam ao seu fechamento e fala-se até que alguns docentes também teriam este mesmo pensamento. E a pergunta que a comunidade cajazeirense faz é o porquê desta mesquinha e antipática atitude. Talvez caiba uma única resposta: com o fechamento seriam transferidos para outros cursos, já consolidados.

A maioria dos alunos que integra o curso é de outros estados da federação e não tem raízes em nossa terra, não participaram da nossa luta e não sabem a dimensão do que representa a escola de medicina para nós e este grupelho mesmo usufruindo da nossa conquista, hoje quer e tenta tirar esta medalha olímpica do nosso peito.

Seria mais honroso, diante desta possível rejeição e ojeriza a cidade, se pegassem seus trecos e partissem e na fronteira do município batessem o solado dos sapatos para daqui não levar nem a poeira ou fizessem vestibular em outra universidade e nos abandonassem com a nossa “pobreza” e humildade e deixassem de atrapalhar a nossa luta, que tem sido obstinada e hercúlea, na sua consolidação e reconhecimento junto ao Ministério da Educação.

Mas queremos informar a estes “estrangeiros”, aos lesa-pátria, que não vamos esmorecer e iremos transformar estes “cavaleiros da ruína” em “personas non grata” à sociedade e a terra cajazeirense. A nossa maratona não vai ficar no meio do caminho, porque vamos pedir ajuda da maioria do alunado, para juntos com a sociedade civil organizada, com as lideranças políticas, num movimento suprapartidário, possamos vencer mais esta batalha.

A História nos dá grandes lições e tenho comparado esta luta aos dos soldados atenienses contra os persas, no ano de 490 a.C. quando partiram para a planície de Marathónas, na Primeira Guerra Médica e suas mulheres ficaram ansiosas pelo resultado porque os inimigos haviam jurado que, depois da batalha, marchariam sobre Atenas, violariam suas mulheres e sacrificariam seus filhos.

Ao saberem desta ameaça, os gregos deram ordem a suas esposas para, se não recebessem a noticia da sua vitória em 24 horas, matar seus filhos e, sem seguida, suicidarem-se.

Os gregos ganharam a batalha, mas a luta levou mais tempo do que haviam pensado, de modo que temeram que elas executassem o plano. Para evitar isso, o general grego Milcíades, ordenou a seu melhor corredor, o soldado e atleta Filipides, que corresse até Atenas, situada a cerca de 42 km dali, para levar a noticia. Filipides correu essa distância tão rapidamente quanto pôde e, ao chegar, conseguiu dizer apenas “vencemos”, e caiu morto pelo esforço.

Filipides morreu em nome de uma causa e da sobrevivência de seu povo. Cada um cajazeirense vai se transformar em um soldado ateniense para defender o direito a ter oportunidades nesta sociedade de desiguais, onde uma minoria elitista quer impor a sua vontade e os seus desejos.
Vale lembrar ainda que esta cidade não se curva e jamais se quedará diante dos seus inimigos, porque já deu demonstração da sua coragem em defesa de seus ideais e de seus projetos ao ver vários de seus filhos lavarem com sangue o patamar da Igreja Matriz, ao tombar por terra, com os corpos crivados de balas de bacamarte.

Não vamos permitir que os sicários do passado ressurjam das cinzas, até porque hoje não temos as balas do bacamarte, e nem precisamos, mas dispomos do poder da palavra e da argumentação e da coragem de lutar para vencermos estes possíveis “inimigos do curso de medicina”.
Não desconhecemos a luta dos estudantes para melhorar o curso, mas não de forma que o venha a prejudicar.
Avante Cajazeiras!
 

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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