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Maria do Carmo

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Consciência política: a mira do eleitorado

20/09/2016 às 17h24

O Brasil está no clima efervescente das eleições municipais. É um momento importantíssimo no processo político do país, visto que se trata da oportunidade do eleitorado brasileiro escolher através do voto, os legisladores e gestores municipais, futuros dirigentes da esfera política mais próxima do povo.

O voto é sumamente importante, é através do mesmo que os eleitores outorgam os direitos aos candidatos eleitos comandarem os destinos da comunidade. Lamentavelmente, chegado o momento da campanha eleitoral, muitas práticas dos candidatos a fim de convencer o eleitorado tornam-se prejudiciais ao mesmo, uma vez que uma grande parte ainda conservam entendimentos errôneos sobre a significação do voto consciente, passando a encará-lo como mera brincadeira e aí sabe Deus, os tipos de negociatas que rolam no decorrer da campanha  eleitoral: claro, que esta realidade é o resultado de uma parcela da sociedade que  ainda é despolitizada.

A venda do voto é uma ação praticada pelo eleitor que causa sérios prejuízos para o mesmo, quem vende o voto trai a sua própria consciência se tornando mero objeto de manobra, sendo conduzido a fechar a boca no momento das reivindicações aos seus representantes políticos, uma vez que tendo vendido o voto não tem o direito de cobrar nada do candidato eleito. As benesses como meras prendas e admissão de empregos fictícios e temporários duráveis somente na época da campanha “depois da eleição está na rua” são prejudiciais ao eleitor quando o mesmo coloca como argumentos para defesa de votar em determinado candidato.

Estamos em pleno século XXI, o voto de cabresto é ultrapassado, visto que se usa cabresto nos animais, “gente é um ser pensante”, porque tem raciocínio: portanto faz reflexões e a sua consciência dá o comando em quem vai votar não se permitindo à manipulação da sua preferência por candidato A ou B. O voto deve ser independente, resultante das leituras que o eleitor realiza sobre os candidatos, levando em consideração o caráter e a ética dos mesmos. Candidatos que primam por estes princípios, respeitam a dignidade alheia e enquanto políticos conquistam credibilidade através dos procedimentos condizentes com as expectativas construídas nas mentes de seus representados, ou seja, do eleitorado.

Os eleitores conscientizados politicamente independe da sua condição de escolarização, são aqueles que encaram o processo eletivo com muita seriedade e responsabilidade, considerando o voto como principal mecanismo de escolha dos candidatos que apresentam metas transformadoras através de políticas públicas visando o bem comum. Tantos os  candidatos veteranos como os novatos são expostos aos olhos da inteligência do eleitorado, cabendo ao mesmo avaliá-los criteriosamente. A máxima popular: “todo político é farinha do mesmo saco” é um tanto perigosa porque assim como há (os maus políticos, existem também os bons políticos), o discernimento para identificar tais qualidades é a forma viável: os que já exerceram ou exercem mandatos e estão pleiteando se reeleger, torna-se ainda mais fácil para o votante estabelecer os comparativos e caracterizá-los sobre os critérios de bom ou ruim.

Na realidade, há também muitos eleitores que confundem o objetivo da campanha eleitoral  se deixando levar pela emoção e se comportando de maneira desrespeitosa, sem  entenderem o que significa exercitar a sua cidadania. Quando há agressões entre eleitores, é sinal da ausência da consciência política, visto que ser politizado é também respeitar a preferência do outro por X ou Y. Prevalece a discussão e o discurso convincente para a mudança da preferência do entendimento no sentido ideológico através do questionamento das  propostas políticas visando o benefício da população, neste sentido está inserido também as análises do eleitor sobre os perfis dos candidatos. Não fica bem num momento tão sério, a fomentação do desrespeito,  da violência entre os eleitores, estas práticas são ultrapassadas e estão longe dos princípios democráticos.

  O ato de votar é um importante exercício da cidadania, aprender a respeitar as preferências do seu vizinho é também um bom exercício de cidadania  portanto, no momento da campanha requer do eleitorado ponderações no embate das ideias; perca de tempo com agressões e desrespeito ao outro são prejudiciais acarretando sérias consequências no relacionamento da política de boa vizinhança, uma vez que a campanha passará, mas os vizinhos precisam continuar na mesma harmonia de antes. O que deve acontecer é a discussão sobre a performance dos candidatos, isto é de fundamental importância para o voto consciente, é relevante ressaltar que os eleitos ficarão por um bom tempo no poder senão forem comprometidos com as promessas de campanha o prejuízo é para toda a comunidade.

É também hora do cuidado e precaução por parte do eleitorado no tocante aos arroubos emocionais, dos discursos  exagerados desprovidos de propostas fundamentadas e consistente em benefício do povo, pode ser que nestes estejam embutidas as intenções apelativas na tentativa de tocar o emocional do eleitor. Votar deve ser uma ação independente da interferência emocional, não há nada de paixão é um ato puramente racionalizado.

Professora Maria do Carmo de Santana

Cajazeiras – Setembro de 2016


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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